quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Presente do paizão

Há situações que marcam nossa história e que, de repente, ganham vida e deixam de ser apenas uma vaga lembrança do passado. Como fui praticamente obrigado a presentear os meus filhos, por causa do Dia das Crianças (digo isso pela insistência deles e não pelo meu prazer de dar-lhes algo), recordei da minha primeira bicicleta. É um fato que traz muitos ensinamentos.



Não era nenhuma data daquelas consideradas especiais. Nem Natal, nem aniversário, nem Dia das Crianças. Um dia normal. Se não me engano, um sábado. Porque meu pai era viajante-propagandista de uma empresa de medicamentos farmacêuticos e geralmente ficava fora a semana toda. Então, sábado e domingo eram os nossos dias de brincar de lutinha, de jogar futebol na área, de ir ao sítio dos meus avós.

Aquele sábado meu pai me levou com ele para um bar onde costumava encontrar os amigos. Eu logo pedi refrigerante, salgadinhos, doces. Uma festa de "porcariadas". Aí, ele me disse que tinha uma surpresa. Não que eu merecesse, por ter feito algo que o agradasse ou mesmo minha mãe (na verdade, eu era elétrico e dava muito trabalho). Chamou-me para fora do bar e me mostrou uma bicicleta linda, uma versão mini da Caloi 10, ou seja, a Caloi 5. Cinco marchas, guidão encurvado, azul celeste. Um espetáculo. Quase tive um treco de tanta alegria.

Fiquei esperando meu pai explicar a razão daquele presente, daquela maravilha. E suas palavras me marcaram: "Filho, não existe um dia para a gente dar presentes. E o papai comprou esta bicicleta porque percebeu que você estava sonhando com uma assim", disse.  Foi ele quem tomou a iniciativa de me presentear. Uau!

Impossível não fazer uma comparação com nosso Pai Celestial, que "nos amou primeiro" (1 João 4:19), por isso nós O amamos. Foi dEle o primeiro passo para nos aproximar, através de Jesus, que é o melhor presente que alguém pode desejar: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16). Vou parar de escrever, senão choro...

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