terça-feira, 31 de maio de 2011

Barracas com sabor de figo

Enquanto faz muito frio no outono brasileiro (mínima registrada de 7 graus em Bauru, interior de São Paulo, e 10 negativos no sul do País), do outro lado do Atlântico, na vila de Nazaré, a temperatura começa a subir e já dá para pensar em entrar na água, mesmo que ela seja bem gelada. Do alto do Sítio de Nazaré é possível enxergar a orla, com centenas de barracas de lonas coloridas, que são alugadas para os banhistas que pretendem se esconder um pouco do sol.

Há muitas lendas religiosas que envolvem o nome da vila de pescadores, hoje com cerca de 15 mil habitantes. Algumas mulheres ainda usam o tradicional traje de sete saias, bastante explorado pelas vendedoras de bonecas. Mas a beleza do lugar não é lenda alguma, com suas falésias, águas límpidas, casarios antigos, artesanatos finos e uns figos secos deliciosos. Destes não tenho fotos, pois os comi todos. O sabor da vila é mesmo muito agradável.


















A refeição ideal


Que tal esta mesa, armada numa muralha antiquíssima? Vinho (que em Portugal é considerado alimento, até na taxação pelo governo), presunto, água, queijos e pães da Serra da Estrela. Só de olhar - e lembrar como estava gostoso - dá uma fome. Com este vale ao fundo e os montes mais ao longe, nem se fala!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

500 anos de evangelização

Na igreja matriz de Belmonte, cidade bem ao pé da Serra da Estrela, encontrei a faixa: "500 anos de evangelização no Brasil" (estive lá em 2006, portanto já são 505 anos). Sou, então, levado a pensar que a inspiração para as aventuras de Pedro Álvares Cabral, ilustre cidadão de Belmonte e descobridor do Brasil, pode ter sido a intenção de levar para outras terras o evangelho tal como ele aprendeu desde pequeno.

Não estou dizendo que concordo com o que foi anunciado, com o conteúdo das "boas novas", e nem com o método usado. Mas o texto que encontrei me obriga a concluir que esta "evangelização" atingiu grandes proporções, talvez a mesma do tamanho do Brasil. Basta ver que em cada cidade do País há um ou mais templos católicos, santos (como a Nossa Senhora da Esperança, que Cabral teria levado na viagem e que está hoje na igreja em Belmonte), etc.

Portanto, a motivação com que fazemos as coisas é algo que só mesmo Deus vê. Por isso é que o apóstolo Paulo orientou os trabalhadores (na época, os escravos), para que obedecessem aos seus patrões com temor e tremor, na sinceridade do coração, como a Cristo, "não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus; servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens, certos de que cada um, se fizer alguma coisa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer seja servo, quer livre" (Efésios 6:6-8).

Quando o rei Davi instruiu seu filho Salomão sobre a construção do templo, recomendou que ele conhecesse a Deus e o servisse de coração íntegro e alma voluntária. Logo em seguida explicou a razão: "Porque o SENHOR esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento. Se o buscares, ele deixará achar-se por ti; se o deixares, ele te rejeitará para sempre (1 Crônicas 28:9)". No Salmos 44:21, Davi novamente volta a se manifestar sobre este assunto, referindo-se a Deus como "aquele que conhece os segredos dos corações".

Se a questão que envolve Pedro Álvares Cabral não pode ser respondida, devemos focar nas nossas motivações pessoais, nos nossos interesses, nas nossas intenções, em tudo que fazemos. Será que agradam a Deus?


terça-feira, 24 de maio de 2011

Mais da serra 5 estrelas

Recebi um comentário de um blog da cidade de Manteigas, na Serra da Estrela (http://obloguedosmanteigas.com/), e fui motivado a mostrar mais algumas fotos, que tirei num outono. Mesmo porque só tenho boas lembranças de Manteigas, a começar pela Albergaria Berne, onde fiquei hospedado. E o restaurante também me surpreendeu, pelo lado positivo.

Lembro-me que fazia frio e decidimos (eu, minha esposa e meu cunhado Wilsinho) ir a uma pizzaria, o que em Lisboa não tinha conseguido encontrar, a não ser as mais industrializadas, como Telepizza e Pizza Hut. A dona perguntou se aceitávamos umas castanhas assadas no forno à lenha. Gente, que delícia. Ainda mais para mim que sou fã de castanhas portuguesas.

E na estrada que liga Manteigas ao topo da serra está o o vale glaciar do Zererê. Centenas de anos atrás, depois de desaparecidas, as geleiras deixaram o vale com a forma de "U". E no meio do caminho pude encontrar a nascente do rio Zererê, de águas cristalinas. É a sensação de estar num lugar onde o tempo parou ou, quem sabe, anda mais devagar. Só resta contemplar e agradecer a Deus pela oportunidade de ter botado os pés lá.













domingo, 22 de maio de 2011

Uma serra 5 estrelas

A primeira vez que eu vi a neve foi em Edimburgo, na Escócia. Lembro que estava dentro de um supermercado e quando percebi aquela novidade para mim, saí correndo para o exterior e percebi que algumas pessoas ficaram me olhando. Em Portugal, logo no primeiro dia que chegamos ao País, em janeiro de 2006, nevou em Lisboa, o que não ocorria há 52 anos. Olha, fiquei um pouco assustado, ainda mais porque minha esposa escorregou numa escadaria perto de casa. Mas se quiser ver neve em Portugal basta ir à Serra da Estrela, o ponto mais alto do país (sem contar a topografia da ilha dos Açores, é claro), com 1.993 metros de altitude.

O lugar parece outro planeta, muito diferente do nosso cotidiano - ou pelo menos do meu. No cume, onde fica a torre, há neve em boa parte do ano. Quando ela começa a derreter, grandes cachoeiras descem pelas montanhas. Cidades como Covilhã, Seia, Gouveia, Manteigas, Guarda, Belmonte e Fundão, todas ao pé da serra, são preparadas para receber os turistas. E há algumas aldeias que parecem medievais. Já cheguei à conclusão de que a neve é boa para se ver, mas a coisa muda quando precisamos conviver com ela.

Posso dizer que o queijo da Serra da Estrela é o melhor de Portugal, tão cremoso que se come com colher. Uma coisa bárbara. E a serra também dá nome a um cão-pastor, que auxilia os pastores tradicionais no cuidado das ovelhas.

Com tempo fechado ou mesmo com sol, tomar um lanche em qualquer parada da serra é mesmo inesquecível. Presunto, pão, queijo da serra e algo bem quentinho para beber, ou que ajude a esquentar... Se Deus quiser, quem sabe faço mais uns piqueniques nas alturas!