sábado, 31 de março de 2012

Para o alto e avante

Deus quer a nossa maturidade espiritual, nossa semelhança cada dia maior com seu filho Jesus. O Seu propósito eterno é ter uma família, com muitos filhos como Cristo. Quer que saiamos do leite espiritual para o alimento sólido. Crescer e aumentar! Há uma dinâmica na vida cristã, um evoluir santo.

Conforme está registrado em 1 Tessalonicenses 3:11 e 12: “...e o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco, a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos”.

E este texto fala “em aumentar no amor uns para com os outros”. Quando chegamos ao ponto de compartilharmos nossos bens, de cooperarmos com desprendimento na obra do Evangelho, de manter a unidade, de promover o amor, de praticarmos os mandamentos recíprocos, há crescimento, edificação, há serviço, há vida, há testemunho.

Ao decidimos nos relacionar, nos deparamos com pessoas cheias de problemas, os mais variados possíveis. Uma mulher me perguntou: “Por que só aparecem pessoas complicadas, com vida torta?”. Eu respondi que é porque Jesus veio para estes e através do nosso testemunho elas podem se encontrar com Cristo, conhecê-Lo,  assumirem um compromisso e crescerem para a vida eterna.

sexta-feira, 30 de março de 2012

De fato e de verdade

O apóstolo João trata insistentemente do amor em sua primeira epístola. Ele chega ao ponto de afirmar que o amor pelo próximo é uma das provas genuínas de que nos rendemos a Jesus: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (I João 3:14); “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e que devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (I João 3:16).

Ao ler estas passagens somos levados a refletir se temos buscado os nossos próprios interesses ou não e se somos autênticos filhos de Deus, com vidas realmente transformadas por Ele. Por isso que o apóstolo João nos adverte para que “não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1 João 3:18).

Quando pensamos em nós, percebemos que estamos devendo amor: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei” (Romanos 13:8).

E o que o inimigo de Deus quer é que nos sintamos vencidos quando falamos em anunciar a pessoa de Jesus; quer minar a nossa fé e colocar em dúvida autoridade do próprio Deus. É sempre bom lembrar que se Jesus disse que faria dos discípulos pescadores de homens, então significa que o que ficou para trás, já ficou. Nós temos agora é que ir a Jesus: “Vinde a mim”.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Exclusividade, exclusividade!

Quando olho para a vida de João Batista, o admiro, porque tinha uma causa a defender, e morreu por esta causa, decapitado. Foi levantado como mensageiro de Jesus, para preparar-Lhe o caminho. Pregava o batismo de arrependimento para remissão de pecados, a vinda de Cristo.

Era um homem que amava as pessoas e foi considerado por Jesus como o maior membro da sucessão profética: "Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior que João; mas o menor no Reino de Deus é maior que ele" (Lucas 7:28).

João foi um instrumento poderosamente usado por Deus em virtude dele mesmo saber quem era e reconhecer os seus limites e sua dependência do Senhor. A Bíblia diz que ele não operou nenhum sinal (João 10:41), mas que cumpriu cabalmente o seu ministério, completou a sua carreira (Atos 13:25).

Entendeu muito bem a ordem correta das coisas. Soube se colocar no lugar certo, compreendendo que Cristo é o Noivo, e ele, o amigo do Noivo (João 3:29). Tinha uma vida tão comprometida com Deus e com Seu Reino que ele foi confundido com Cristo muitas vezes, como também Cristo foi confundido com ele (Mateus 14:2; 16:14; João 1:19-28).

João Batista não era o profeta, mas apenas um profeta. Ele não tinha dúvidas quanto a isso. Certa vez, João estava com dois de seus discípulos e, ao ver Jesus passar, disse: “Eis o Cordeiro de Deus” (João 1:36). Os discípulos ouviram isto e seguiram a Cristo. A exclusividade pertencia a Jesus, o Messias. E continua sendo assim!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Buscando o que não é meu

Fico maravilhado com a descrição do amor em 1 Coríntios 13, inspirada pelo Espírito Santo. É um exemplo prático que a Bíblia nos fornece sobre o “não buscar os seus próprios interesses” (versículo 5). Na visão do apóstolo Paulo, dedicar-se ao bem das pessoas é um autêntico ato de amor.

Para introduzir o texto que descreve o amor, ele diz: “Entretanto, procurai com zelo os melhores dons. E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente” (1 Coríntios 12:31).

Quem ama, toma uma direção consciente, é porque escolheu este caminho. Dizer que o amor não procura o próprio interesse é uma maneira de afirmar que o amor não é egoísta. O egoísta deseja que as coisas girem ao redor dele. Ele deve levar vantagem, ser exaltado, deve ser atendido. É o centro e os outros estão ao seu redor, com obrigação de agradá-lo e satisfazê-lo. Quem busca os próprios interesses, se coloca acima dos outros.

Pelos padrões bíblicos, deixar de buscar o seu próprio interesse não é tudo. Devemos ir além e procurar o benefício dos outros: “Que ninguém busque o seu próprio interesse e sim o de outrem” (1 Coríntios 10:24). O amor produz uma mudança interna na nossa disposição de servir e deixamos de ser egoístas para termos atitudes mais altruístas.

Hoje está muito na moda dizer que as relações precisam ser humanizadas, ou seja, serem mais próximas, mais realistas, mais amorosas. Eu diria que nossos relacionamentos precisam de consideração pelo outro, amor fraternal, preferindo em honra o irmão, considerando-o superior a nós. E isto é mais que humanizar. É divino, até sobrenatural, pois o amor de Deus nos envolve a tal ponto que nos damos pelo outro.

Ainda em 1 Coríntios, 10:33, Paulo afirma: “...assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos.”

terça-feira, 27 de março de 2012

A motivação correta

Jesus veio nos ensinar o que é o amor verdadeiro, genuíno, de se dar pelo outro. E Ele nos deixou uma ordem bem clara: “Novo mandamento vou dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que vos ameis uns aos outros” (João 13:34).

Como foi o amor de Jesus por nós? Um amor sacrificial, de entrega, de se pôr à disposição, de dar tudo o que tem. É esta a categoria, o nível do amor que Jesus nos ensinou.

Não devemos pensar que é impossível para nós amar desta forma. Assim como é uma comparação. Sabe, Jesus fez o principal, amou ao mundo. Ele pede que amemos os que estão próximos de nós, as pessoas ao nosso redor, do nosso círculo de amizade, os nossos familiares, aqueles necessitados que temos a oportunidade de alcançar.

Esta é a mensagem da cruz: o Cristo que veio ao mundo, morreu por nossos pecados, ressuscitou, está à direita do Pai. E os que crêem nisso e recebem Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas têm a vida eterna. 

Pregar é amar, para que a pessoa seja transportada pela fé em Jesus para o Reino dos Céus e passe a fazer parte da família de Deus. Esta deve ser a nossa motivação, por amor a Deus e ao irmão.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Pelo amor de Deus

Mais que um ato de obediência e fidelidade cristã, falar do Evangelho (da pessoa de Jesus, o Rei) é amar, uma boa ação para com o próximo. O Pai nos ensinou isso através de Jesus: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16). E Deus fala conosco por meio de Cristo: "Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo" (Hebreus 1:1 e 2).

Deus todo-poderoso, o criador de todas as coisas, providenciou uma solução divina para a minha, para a sua vida. Uma solução para a nossa solidão, para o nosso desconforto espiritual, para o buraco que existe em nós quando estamos longe dEle.

O próprio Jesus, o Filho, veio ao mundo, tomou a forma de homem, para morrer por nós, no nosso lugar. Outro igual a Ele não há. Capaz de se doar, entregar-se para uma morte sofrida, humilhante, na cruz, indigna.

E a passagem de João deixa bem claro o porquê, a razão, a motivação do próprio Deus ao elaborar um plano para nós, pecadores. Ele nos amou e nos ama, queria nos dar a vida eterna. Podemos dizer que era isso que Ele tinha em mente. Vida eterna, para sempre, que nunca acaba, duradoura. Só mesmo através de Jesus!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Com as mãos e além delas

Tinha duas coisas que meu saudoso avô Alziro (ou Alcides, alguns o chamavam assim) gostava de fazer, quando não estava no departamento de águas da prefeitura de Avaré, cidade onde nasci: cortar cabelos e confeccionar artefatos de couro, como selas, arreios, chicotes, cordas, etc. Era um homem habilidoso com as mãos, com talento reconhecido na região.

Lembro-me de sempre ver pedaços de couro esticados no quintal dele, para a secagem. Depois, cortava e manuseava conforme o produto. Fazendeiros e sitiantes de várias cidades vinham comprar a pequena produção, que ajudava a sustentar a família.

Certo dia, com 6 anos de idade, fugi de casa, com meu primo, e nos escondemos no quartinho do meu avô, cheio de ferramentas que ele usava para trabalhar. Tinha de tudo, uma grande variedade. Passamos uma tarde lá, com quase a cidade inteira nos procurando, inclusive a polícia. Quando nos encontraram, ainda levei uma surra para aprender.

Depois de aposentado, meu pai também começou a apresentar seus dotes manuais. Primeiro com bonsais, muito bem cuidados; depois com suas mini fontes de águas, todas decoradas, e agora transformando latas vazias de refrigerantes e cervejas em canecas, onde ele põe até adesivos de times de futebol.

Sendo assim, estou na expectativa daquilo que vou desenvolver manualmente, uma vez que ainda não despertei para nenhuma habilidade, a não ser cuidar de plantas, que as pessoas pensam que é minha esposa quem faz. Ah, e pescar, que não pratico faz tempo. Mas já herdei deles (avô e pai) lições que têm formado o meu caráter, algo que começa pelo talento com as mãos e vai muito além delas...

quinta-feira, 22 de março de 2012

De decepção a atração

Uma das praças mais antigas do bairro onde moro era pouco frequentada, ou melhor dizendo, mal frequentada, sem atrativos, com as tabelas de basquete quebradas, mato alto e só. Bastou um pouco de boa vontade para torná-la o atrativo do momento. Os moradores redescobriram o local e agora é um movimento que só vendo. Mas o que aconteceu?

Coisas simples foram feitas. Apararam a grama, arrumaram as calçadas, colocaram alguns brinquedos para as crianças, instalaram aparelhos de ginástica para os idosos e arrumaram as tabelas. Por causa destas melhorias, os comerciantes foram se acomodando ao redor da praça. Cheguei a contar 13 carrinhos de lanche, mais piscina de bolinhas e também um pula-pula. Ah, vi também vendedores de carvão e de bolas. Não sei se todos estão regulares na prefeitura, mas mostra que as mudanças resultaram.

De uma área praticamente morta, a pracinha agora tem lanches, churros, batata frita, milho verde, tapioca, pastéis, caldo de cana e outras guloseimas, além de muitas crianças e famílias inteiras. Pronto, a praça está revitalizada. Quem sabe a ideia se espalha pela cidade!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Convite para ir embora

Tenho amigos brasileiros que vivem em Portugal e estão sofrendo uma barbaridade para conseguir permanecer legalmente no país. O governo está dificultando a vida de quem decidiu ficar na Europa nesta época de crise. Talvez numa tentativa de fazer o imigrante retornar ao seu país de origem e abrir mais espaço para os trabalhadores locais.

Um dos meus conhecidos deu entrada no subsídio desemprego e nem resposta obteve ainda, mais de um mês depois de procurar o órgão responsável. Se ele não tivesse ajuda de outros brasileiros, como sobreviveria? Sem como comprovar uma fonte de renda, mesmo que o sujeito mostre que está desempregado, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) não permite a renovação do visto. Ou seja, um ciclo negativo para fazer qualquer bem-intencionado desistir.


Um português que conhece bem os trâmites burocráticos advertiu que missionários brasileiros em Portugal só são atendidos favoravelmente pelo governo, quanto ao visto, se forem acompanhados por um advogado. Caso contrário, os funcionários parecem orientados a pedir mais e mais documentos, a mudar de critério durante a entrevista, a levantar questões que não são pertinentes, etc e etc. E um advogado não custa nada barato por lá.

É uma triste realidade, acompanhada do fato que existem ainda muitas restrições aos missionários brasileiros por parte dos próprios cristãos portugueses, por várias razões que se acumularam nos últimos 30 anos. Primeiro – de acordo com alguns líderes - porque eles não querem se adaptar à cultura local e tentam impor seu modo de trabalho. Depois porque, em geral, dão mau testemunho nas áreas moral e financeira. Em terceiro lugar, não têm o apoio de uma igreja local no Brasil e, quando o tem, muitas vezes se encantam com as facilidades financeiras e rompem o cordão umbilical.


Segundo dados da Aliança Evangélica, o número de igrejas existentes já multiplicou-se por cinco vezes em Portugal. Mas ainda há 450 concelhos sem nenhuma presença evangélica. Por isso, oremos pelo trabalhadores, como ensinou o dono da obra: "E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos.Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara" (Mateus 9:37 e 38).

terça-feira, 20 de março de 2012

Tchau passado, o alvo me espera

Fui a um aniversário e, antes de partir o bolo, várias pessoas pediram a palavra para falar sobre a importante data. A maioria delas lembrou de fatos negativos que ocorreram até chegar àquele momento. Uma ou duas conseguiram projetar algum pensamento adiante. Fiquei pensando como temos dificuldades de nos libertar de fatos que nos desagradaram. Eles parecem sobressair às nossas vitórias e conquistas.

De repente neste aniversário alguém se lembrou do apóstolo Paulo e das suas palavras, que são um encorajamento para nós que temos Cristo como nosso modelo: "Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Filipenses 3:12-14).

Também não adianta só esquecer do negativo se não seguirmos em frente, se não avançarmos para o que vem por aí. E ainda não resulta avançar sem ter um alvo. É bom saber que se fizermos como Paulo ensina, estaremos garantindo a premiação que Deus já tem reservada para nós!

segunda-feira, 19 de março de 2012

"Quanto tempo me resta, doutor?"

Estava passando em frente à um grande hospital de Bauru quando me entregaram um folheto de bolso. Não costumo muito olhar o conteúdo quando recebo algo na rua, especialmente nos sinaleiros. Coloco logo de lado para jogar no lixo. Mas o título me atraiu e comecei a ler enquanto caminhava. Era a resposta de um médico cristão a um paciente que lhe perguntara: "Quanto tempo me resta, doutor?". O autor é desconhecido, mas decidi transcrever o texto, pois vale a reflexão:

"Há poucas perguntas mais angustiantes do que esta: Quanto tempo me resta, doutor? Essa pergunta reflete a nossa vontade de viver, a nossa luta contra a morte inevitável. Sentimos que a nossa vida ainda não se completou - tarefas inacabadas, cargas que ainda não foram aliviadas, ressentimentos que persistem e culpa não perdoada.

Nós, da medicina, podemos, muitas vezes, responder a uma pergunta baseados na estatística, mas não podemos dar uma resposta perfeita. Sabemos pouco acerca da capacidade de vida do homem, das diferenças individuais, da eficácia de uma terapia e de milagres e, por isso, é impossível dizer quanto tempo de vida resta a alguém.

Mas há perguntas mais profundas. Por exemplo, quando se pergunta: "Quanto tempo me resta?", podemos questionar: "Resta para fazer o que? Para desperdiçar?" Não, já perdemos muito tempo, não precisamos de mais tempo para desperdiçar. "Tempo para desfazer o passado?" Não, não há mais tempo para isso. "Tempo para lutar contra o inevitável?" Não, não temos tempo suficiente para isso, também.

Mas o tempo restante é mais do que suficiente, para o que homem que já descobriu que não está preso ao tempo, que descobriu já ter começado a sua peregrinação eterna. Para ele, o tempo que ainda lhe resta - seja pouco ou muito - é um tempo de alegria, cheio de sentido e de aventura. É o início do futuro!

Jesus Cristo declarou que quem se chegasse a ele descobriria essa nova vida, desfrutaria da alegria e experimentaria a paz interior. Para os outros, a vida simplesmente se perde na tentativa de salvá-la - é a luta por um a mais - daí, o fim!

Quanto tempo lhe esta? Pouco tempo para ser preenchido pelo vazio e pelo isolamento de minutos e segundos que passam. Tempo demais para que você se desespere, pois hoje é o primeiro dia do resto da sua vida.

A questão não é "quanto tempo me resta de vida" mas "quanta vida ainda me resta neste tempo".

sexta-feira, 16 de março de 2012

O suco do amor

"Não gosto muito de fazer suco", confessou minha esposa, depois de preparar centenas de jarros durante nossas refeições em 16 anos de casados (e mais 8 de namoro). Foi uma descoberta que me fez amá-la ainda mais, pois é complicado fazer algo, durante tanto tempo, que de algum modo nos desagrada. Posso garantir que ela faz sucos deliciosos, sejam eles de frutas espremidas na hora ou mesmo aqueles industrializados.

Comecei então a pensar em coisas que não apreciamos muito no nosso dia-a-dia, mas que somos praticamente obrigados a fazer. A verdade é que nem tudo nos dá prazer, mas o esforço acaba compensando todo o sacrifício, principalmente quando somos motivados pelo amor.

Pois é, ao contrário do que muitos pensam, o amor não é sentimento ou simplesmente envolve a emoção. O amor é um mandamento: "...tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente" (1 Pedro 1:22 e 23).

Por amor, minha esposa fez e continua fazendo sucos saborosos (e muitas outras coisas) para mim e para os meninos. Por amor!

quinta-feira, 15 de março de 2012

De olho nos pequeninos

Eram duas famílias. A primeira com cinco irmãos: um morreu atropelado, outro está preso, um terceiro segue internado para tentar livrar-se das drogas, e não sei por onde andam os outros dois. A segunda família tinha diversas crianças, que nem lembro quantas, mas uma delas me deu uma grande alegria, inesquecível, que conto mais adiante.

Todos eram menores de idade e cuidavam de carros durante a noite numa avenida importante da minha cidade, em busca de alguns trocados. Descobri a molecada quando fazia uma pesquisa para a universidade onde estudei. Passamos a acolher os meninos nos finais de semana, no salão da comunidade cristã que frequento até hoje, dando-lhes refeições e hospedagem.

Esta iniciativa social foi o embrião da Casa da Esperança, que atualmente atende famílias e crianças no núcleo Fortunato Rocha Lima, periferia de Bauru (conheça o coral da entidade, a banda e o balé). Uma experiência que me ensinou a importância de servir, motivado por amar estes pequeninos.

Penso que não seja possível apurar os resultados do projeto, pelo alcance que teve na época, atingindo diversas famílias. No entanto, fiquei muito feliz ao receber um telefonema de um destes meninos, agora crescido, que me convidava para ser um dos padrinhos do casamento dele. Obviamente aceitei o convite, um dos mais gostosos que já recebi.

Pois é, Jesus nos mostrou o que fazer com os necessitados, especialmente os pequeninos, e não podemos nos omitir: "Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes" (Mateus 25:35-40).

quarta-feira, 14 de março de 2012

Economia é com a Porcina

Gostava de tomar leite no curral, fresquinho, tirado diretamente das tetas das vacas. Meu avô Anísio, pai de minha mãe, pedia ao capataz para fazer a ordenha num copinho que já tinha chocolate dentro e pronto, estava feito um milkshake maravilhoso logo cedo. Ah, eu tinha que acordar bem cedinho, mesmo em férias, senão perdia o espetáculo.

Um dia, meu vô mandou prender os bezerros e me chamou. Era minha formatura do primeiro grau e ele queria me presentear. Escolhi um, na verdade uma, a qual dei o nome de Porcina, porque era a época daquela novela "Roque Santeiro". O combinado era que os bezerrinhos que nascessem da Porcina seriam meus, e ainda faziam parte do presente não pagar o pasto e ficar livre de outros gastos com rações, vacinas, etc. Um grande negócio.

Mal sabia que meu avô estava me ensinando economia, o que é poupar. Quando estava pensando em me casar, veio logo aquela pressão pela festa. Como nenhum dos pais tinha condições de ajudar e as famílias eram grandes, ou melhor, enormes, tive a ideia de vender a Porcina e mais suas crias, que não me lembro agora quantas, o que nos rendeu parte do dinheiro para as despesas. Infelizmente, meu avô já tinha partido, após um enfarte fulminante. Mas ele conseguiu ir à minha cerimônia de formatura da oitava série, ainda quando minha família morava em Botucatu.

Hoje, meus filhos recebem um pequeno valor mensal para suas despesas pessoais e também para que aprendam a poupar. Mas é uma luta, porque são atraídos pelos apelos comerciais e querem gastar logo, não aguentam segurar o dinheirinho. Procuro ensiná-os a planejar os gastos, a ver o que é mais importante, a não entrar em competição com os amiguinhos. O sábio Salomão nos ensina isso: "Quem é negligente na sua obra já é irmão do desperdiçador" (Provérbios 18:9); "Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato os desperdiça" (Provérbios 21:20).

Procuro orientar meus meninos para que não se tornem como estes jovens encantados com celulares modernosos, com tablets cheios de frescuras, com joguinhos fantásticos, computadores de última geração. Que investem toda a grana nestas coisas que logo ficam ultrapassadas e não pensam nos dias que virão, em suas próprias necessidades. Viver dentro do orçamento, com o que Deus tem dado, é o que o apóstolo Paulo ensina, por experiência própria: "Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece" (Filipenses 4:10-13).

terça-feira, 13 de março de 2012

Vejo o que não queria

Vejo uma senhora que não se lembra mais dos filhos, netos e bisnetos, e que vive agora afundada em remédios. Vejo também um homem que está lúcido, mas se encontra às voltas com a mulher doente. Vejo mais um que espera o tempo passar com suas pequenas invenções. Vejo quem não se preocupa com o dinheiro, porque a aposentadoria é gorda, e por isso vive viajando. Vejo ainda uma que está entrevada na cama enquanto os filhos brigam pela herança. Viúvas, viúvos, todos idosos, aguardando o dia da partida. Com certeza, desejaram uma velhice tranquila, até planejaram como seria o futuro, mas talvez poucos estejam satisfeitos com a qualidade de vida que têm. "Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos" (Salmos 90:10).

E como o tempo passa, as dores chegam, alguns temores nos invadem, a ousadia não é a mais a mesma, calculamos mais os riscos, somos mais comedidos. Os alvos parecem ser mais modestos e algumas realidades brotam: os filhos não aparecem mais como antes, quando vinham sempre almoçar em casa; alguns netos nem dão bola para a vovó ou o vovô, que parecem na verdade nem existir, mesmo ainda quando têm muitas histórias para contar e muito mais ainda a ensinar. "Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra" (Romanos 13:7).

Diante do que vejo, não quero envelhecer, embora saiba que não tenho escolha, pois meus dias estão determinados. Foi a meditação que Jó fez sobre a brevidade da vida: "O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra e não permanece; e sobre tal homem abres os olhos e o fazes entrar em juízo contigo? Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém! Visto que os seus dias estão contados, contigo está o número dos seus meses; tu ao homem puseste limites além dos quais não passará" (Jó 14:1-5).

segunda-feira, 12 de março de 2012

Observando os sinais

Como é que você cuida da sua máquina? Foi a pergunta da repórter a um skatista famoso. Ela não se referia ao skate, mas à rotina de treinos e à necessidade de descansar para repor as energias. A resposta foi que ele andava abusando um pouco e reconhecia que isso poderia trazer problemas à sua saúde. E é verdade, pois precisamos prestar atenção nos lembretes que nosso corpo manda.

Logo que comecei a trabalhar, ainda quando fazia faculdade, acumulei dois empregos. Era um ritmo alucinante, com pouco tempo para dormir e refeições mal-feitas. O esgotamento veio depois de dois anos nesta vida, com a hipertensão herdada dos meus pais. Tomo meus remédios até hoje e preciso evitar muito sal, etc e tal.

Ao sair da universidade, eram três empregos, um deles na televisão. Olha, a TV consome a gente mesmo. Chegou uma época em que eu não podia ouvir o telefone tocar em casa que pensava ser alguém me ligando para corrigir um texto, produzir uma reportagem ou discutir uma pauta. Pronto, a correria e a comida errada e nas horas impróprias acionaram a minha companheira de estimação, a gota. Pés inchados, dores fortes e a obrigatoriedade de repouso.

Quando achamos que nada vai acontecer conosco, apesar dos abusos, acredito que Deus permite uns sinais. Afinal, o Espírito Santo mora naqueles que creem na morte e na ressurreição de Cristo. E a casa dEle precisa estar arrumadinha!

sábado, 10 de março de 2012

O sol da Póvoa

Estava passando pela cidade de Póvoa do Varzim, terra de Eça de Queiroz, no norte de Portugal, e registrei este pôr-do-sol maravilhoso. Gostei!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Enxames nas águas

Sabe qual o lugar mais visitado em Portugal? É o Oceanário de Lisboa, o maior aquário da Europa. Realmente é um espetáculo ver a diversidade que temos pelos mares do mundo. Um dos mais surpreendentes é o Peixe Lua, um gigante que se movimenta com aparente dificuldade. A impressão é que falta algo nele. Outro peixe, que nem sei o nome, tem os lábios tão grandes que parecem de um ser humano. Selecionei as fotos abaixo para a gente se deliciar...

O livro de Gênesis mostra este momento sublime da criação, que não cabe na nossa imaginação, de tão grandioso que é: "Disse também Deus: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus. Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. E Deus os abençoou, dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei as águas dos mares; e, na terra, se multipliquem as aves" (Gênesis 1:20-22).

Sabe, fico imaginando quantas espécies de peixes ainda não conhecemos. Imagine quantas emoções ainda estão pelos caminhos das águas!




quinta-feira, 8 de março de 2012

Discípulos tipo bonsai

Um amigo reclamou que eu não escrevo mais sobre Portugal. Ora pois, então vamos falar do Parque da Liberdade, em Sintra, onde encontrei um jardim com centenas de plantas japonesas. Que me perdoem os portugueses por falar de outro país, mas eles mesmos me inspiraram.

Passar um tempinho neste local foi revigorante, embora merecesse uma visita mais prolongada. Havia explicações espalhadas sobre como fazer um bonsai, que não vou me arriscar aqui a tentar explicar. Os bancos espalhados pelo jardim japonês sugeriam que ali era lugar de refletir, de pensar, de sonhar, de falar direto com o Criador das plantinhas.

Aprendi que a técnica japonesa orienta que a árvore seja moldada aos padrões de quem cuida dela, e adequada às duras exigências dos arames colocados em volta dos seus galhos. As raízes ficam confinadas a um pequeno espaço e precisam se acostumar a isso. Para quem se dispõe a ser um discípulo de Jesus, o processo também é doloroso e lento, mas o resultado é maravilhoso. Como o do bonsai!







quarta-feira, 7 de março de 2012

"Depois do ide"

Tenho acompanhado algumas pessoas próximas que estão voltando para casa depois de viverem alguns anos no Exterior. A crise financeira na Europa tem cuspido brasileiros para o outro lado do oceano com a mesma frequência que bebemos água para matar a sede. Posso afirmar que voltar para o país de origem é mais complicado do que se adaptar lá fora. A maioria não entende o que se passa e demonstra grande frustração no retorno.

O caderno Equilíbrio, da Folha de São Paulo (06/03/12), dá o nome de "Síndrome da volta pra casa" a este processo (Brasileiros sofrem síndrome do regresso). Em resumo, "a adaptação em um país diferente acontece em cerca de seis meses. Já a readaptação em seu país de origem leva até dois anos", diz a psicóloga Kyoko Nakagawa.

A empolgação e o entusiasmo ao estarmos num local diferente escondem nossas angústias pelo desconhecido. É assim que vamos nos aculturando. Na minha experiência, só depois de um ano, no mínimo, é que começamos a fazer comparações com o que tínhamos na terra natal. É o chamado "choque cultural", muito necessário para assentar a adaptação, pois nos conscientiza da realidade que enfrentamos.

Na volta para casa tudo fica mais complicado, pois precisamos nos readaptar a um contexto que já funciona bem sem a nossa presença e participação. Os espaços que deixamos na partida não existem mais e precisamos criar novas maneiras de servir sem melindrar aquelas pessoas que deram certo. Um verdadeiro jogo de xadrez.

Tem um livro muito bom sobre a preparação do missionário, escrito por Joed Venturini de Souza - que conheci em Portugal - , chamado "Antes do Ide" (editora Juerp, lançado em 2004) . O material tem despertado em mim o interesse de entrevistar várias pessoas que retornaram ao Brasil, depois de morarem fora do País, e publicar as impressões delas, que juntarei com a experiência da minha família. Já tenho o título, que ninguém mais pode copiar: "Depois do ide!".

terça-feira, 6 de março de 2012

Você já viu Jesus?

Ao ler as páginas amarelas da revista Veja deparei-me com um fato estarrecedor. O entrevistado fora missionário cristão na Amazônia por vários anos, junto com sua família, mas agora declarava-se ateu. O homem explicou que aos 17 anos conheceu sua esposa e passou a frequentar os cultos. Depois, segundo ele, se converteu, fez cursos de preparação para trabalhar entre os índios, e veio para o Brasil. O momento decisivo para ele foi a pergunta de um índio: "Você já viu Jesus?".

Nos tempos de Jesus, muitos queriam vê-lo, como Zaqueu, por exemplo, que subiu numa grande árvore e acabou sendo descoberto. Logo no início do ministério de Cristo, o alvoroço era enorme, despertando o interesse também dos povos não judeus: "Ora, entre os que subiram para adorar durante a festa, havia alguns gregos; estes, pois, se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus. Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus. Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem" (João 12:20-23).

O próprio Filipe pediu a Jesus que lhe mostrasse o Pai, e isso bastaria para ele. E a resposta foi: "Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?" (Joaõ 14:8 e 9). Por isso o autor de Hebreus explica que "a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem" (Hebreus 11:1).

Como é que podemos ver a Jesus hoje? Pelos olhos da fé. Cremos na Sua obra, nos abrimos à Sua ação e temos oportunidade então de contemplar a beleza do Filho. "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8 e 9). O apóstolo João reforça esta questão em sua primeira epístola: "Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna" (1 João 5:20).

Portanto, temos que seguir firmes naquilo que cremos, senão seremos desqualificados e ficaremos de fora da grande festa que Deus tem preparada para os seus filhos: "Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma" (Hebreus 10:35-39).

segunda-feira, 5 de março de 2012

Esperar em Deus

"Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu" (Salmos 42:5).

Tenho acompanhado uma pessoa próxima que luta contra uma doença grave. E este combate pela vida se dá passo a passo, dia a dia, com altos e baixos, pequenas melhoras e grande esperança. A vontade de continuar respirando, interagindo, sorrindo, conversando é tanta que contagia aqueles que se achegam.

Novas técnicas de tratamento podem aumentar as chances de sucesso do tratamento e é nisso que os médicos se apoiam. O paciente, obviamente, também fica animado ao saber que há maiores possibilidades de superar esta fase tão difícil. E a expectativa positiva dos familiares é fundamental neste processo todo.
Assim passam as horas, os dias, as semanas e é possível vislumbrar o fim desejado, que é a recuperação completa, a cura total, o restabelecimento por inteiro. É o que todos desejam. Como diz o salmista, só nos resta ESPERAR EM DEUS.

domingo, 4 de março de 2012

Relaxar é preciso

A chuva era um convite para ficar em casa. Pensei na primeira solução, o guarda-chuva, e não encontrei. Sábado à noite, a esposa pensando num programa diferente. Mesmo assim, decidi ir ao estádio para assistir ao jogo de futebol do time da minha cidade. O importante foi ter encontrado companhia, um apaixonado por esportes, pai de família tão louco quanto eu.

Debaixo d´água vimos nossa equipe fazer 3 a 0 contra o líder do campeonato e depois ceder o empate. No segundo tempo, mais dois gols para nós e a vitória merecida, 5 a 3. Um hamburguer, refrigerante, várias paçoquinhas e um pacote de amendoim torrado depois, a satisfação, mesmo tendo que usar uma capa plástica e estar com os pés molhados. Senti algo parecido quanto esta minha equipe, em 1992, estava perdendo por 4 a 0 e depois conseguiu uma virada histórica por 5 a 4.

Há momentos em que precisamos extravasar, relaxar um pouco, colocar as ideias em ordem. Cada um tem seu jeito. Alguns vão pescar, outros viajam. Quando eu morava numa cidade maior, gostava de entrar em algumas lojas e ficar observando os produtos, mesmo sem comprar nada, porque dinheiro não tinha mesmo. Enfim, estou ligado às atividades esportivas, seja praticando ou assistindo.

Melhor ainda é ter a oportunidade de desabafar diante de Alguém que conhece nossos problemas, que nos criou, nos adotou em Sua família e quer o melhor para nós. Hoje entendo que, por melhor que seja o que façamos, nada vai superar o privilégio de um diálogo franco e direto com Deus. Nem o título do nosso time preferido chega aos pés deste relacionamento possível!

sábado, 3 de março de 2012

DNA caipira

Vi um carro estes dias com um colante bem grande no vidro traseiro: "DNA caipira". Gostei da frase. Gostei porque tem a ver comigo, com minhas raízes, com minha história. Por incrível que pareça, há pessoas que preferem nem lembrar que são do interior, porque pode prejudicá-las de alguma maneira. Outras se julgam melhores porque são da capital ou de grandes centros. Tudo uma grande besteira.

Falo mesmo com o "r" bem puxado e não tenho vergonha disso. Aprecio música caipira e moda de viola. Curto pescar, andar a cavalo. Fui criado assim, no sítio dos meus avós. Domingo era dia de reunir a família, de macarronada, de jogo no campo de futebol da família, de ficar todo sujo por brincar na terra. Aliás, eu bem que queria ir embora com a roupa limpa, mas não conseguia.

Sou do tempo em que beber leite da vaca quentinho no curral era algo bom para saúde. Minha avó mandava a gente escolher a galinha para o almoço no quintal e depois cuidava de destroncar o pescoço dela e de depená-la na água fervendo. Às vezes me pedia para moer o café. E que tremenda festa quando as mulheres se reuniam para fazer pamonha. Descascar o milho, ralar, cozinhar naquelas panelas enormes.

Esperava chegar o período de férias para passar uns dias no sítio. Povo acolhedor, onde nunca faltava um prato de comida para os visitantes. Gente trabalhadora, que cuidava com afinco das suas plantações. Ficava ouvindo as conversas, aprendendo sobre o clima, sobre as culturas, sobre futebol, sobre a vida. Sou caipira sim, está no meu DNA. Estou pensando onde vou colocar um colante como aquele!

sexta-feira, 2 de março de 2012

A diferença que faz um homem disposto

"Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo?" (Atos 8:29 e 30).

Estes versículos nos mostram pelo menos 4 atitudes do diácono Filipe, que são exemplares:

1 - disposição para obedecer - ao ouvir o Espírito Santo, ele prontamente se dispôs a pregar o evangelho do Reino de Deus, a pessoa de Jesus Cristo, a um alto oficial etíope;

2 - disposição para servir - para alcançar o carro precisou acelerar, correr, colocar seu corpo em movimento, sair da sua posição de comodismo, tomar uma atitude, caso contrário a chance passaria;

3 - disposição para ouvir - por alguns instantes, prestou atenção no que aquele homem lia em voz alta;

4 - disposição para ensinar - a pergunta sobre a compreensão da leitura abriu oportunidade para a aproximação de Filipe e para que fossem dadas as explicações que o oficial tanto precisava.

Como resultado, o homem creu em Jesus e foi batizado. Quem fazia uma viagem cheia de frustrações, por não entender as Escrituras, agora podia seguir seu caminho "cheio de júbilo" (Atos 8:39).

quinta-feira, 1 de março de 2012

Sorvete pasteurizado!

Fui visitar um amigo num hospital e na entrada havia um homem que gritava asssim: "Sorvete pasteurizado. Olha o geladinho, pasteurizado". Naquele calor, fui logo experimentar, atraído pelo que ele tinha falado. Entre tantos vendedores ali, só aquele tinha o pasteurizado. Era o diferencial dele, algo que os marqueteiros exploram e os empreendedores incentivam. Achar algo que atraia o público consumidor. Fui fisgado. Só depois comecei a pensar o que era a tal da pasteurização. Fiquei constrangido de perguntar ao sorveteiro e simplesmente pedi um de maracujá com leite.

Daí fui pesquisar e lembrei-me que a pasteurização é empregada para garantir ao consumidor um leite seguro, isento de microorganismos que podem causar doenças no homem. Consiste no tratamento térmico do leite a uma certa temperatura (71 a 75ºC), inferior ao ponto de ebulição, durante um determinado tempo e, depois, o resfriamento imediato. Técnica inventada pelo cientista francês Louis Pasteur.

Fiquei pensando se o fabricante de sorvete fazia todo esse processo ou se ele já comprava o leite pasteurizado, o que é mais provável. Enquanto isso, pedi mais um sorvete de maracujá, que estava mesmo bom. Ao sair da visita, procurei de novo o carrinho, para a despedida, mas o homem não estava mais lá.

Esta história, verídica, talvez sirva para refletirmos no que nos diferencia como cristãos. O tratamento de Deus na nossa vida tem nos aperfeiçoado? Temos espalhado aos quatro cantos o nosso novo sabor? Não se esqueça que o sorvete é pasteurizado.