quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mudança de valores

Assisti a uma palestra sobre criação de filhos que confirmou um dos meus pensamentos a respeito da vida universitária, uma das fases mais complicadas para o jovem cristão. Foi neste período que eu, por exemplo, sofri os maiores questionamentos quanto aos valores que tinha recebido até então. Isso há mais de 20 anos. Imagine agora então, onde a pressão quanto ao vestibular é crescente e as escolhas profissionais são cada vez mais baseadas no mercado, e não em Deus.

Ouvi um dado muito interessante, de que a evasão universitária no estado de São Paulo subiu de 18% em 2000 para 27% em 2009. Significa que quase um terço dos estudantes não concluiu o curso que terminou, pelos mais diferentes motivos, que vão desde financeiros até a falta de identificação com a profissão escolhida. Aliás, quem consegue definir com tanta precisão sua vocação aos 16, 17 anos de idade?

A sociedade hoje valoriza mais o estudo e menos o trabalho, e também ocorreram mudanças bruscas de valores, que envolvem o papel da esposa, importância da família, erotização precoce. Até que ponto vale a pena ter filhos super bem-sucedidos, mas que se distanciaram dos valores que ensinamos a eles? Tão reconhecidos socialmente, profissionalmente, e frios no relacionamento com Deus? Ricos, com carros novos, muitas casas, mas que abandonaram sua fé em Cristo?

Talvez seja bom o jovem esperar um pouco antes de entrar na universidade, para amadurecer, ter convicção nas suas escolhas, não ser refém do pensamento vigente. Isto se a vocação exige mesmo um aperfeiçoamento através de um curso superior.

Nunca é demais lembrar do que Jesus falou: "Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma? Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos" (Marcos 8:35-38).

Amor, amor e mais amor

Confira uma nova reflexão que gravei para a TV CMC: De fato e de verdade. Nela, comento sobre o assunto insistentemente abordado pelo apóstolo João em sua primeira epístola.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Conferindo o caixa

A queda do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) é um convite ao consumo desenfreado, ao descontrole financeiro. Agora ficou mais barato comprar carro, geladeira, fogão, etc e etc. Somos encorajados a ter, ter e ter; a não nos contentarmos com aquilo que é suficiente; somos induzidos a pensar que precisamos sempre de mais um pouco. Administrar diversos interesses é um desafio tremendo para o cristão, que tem o seu sistema de valores constantemente atacado.

Assino uma revista semanal de circulação nacional e estes dias comecei a contar quantas páginas realmente traziam reportagens, entrevistas. Pouquíssimas, em comparação aos anúncios, principalmente de veículos. São ofertas e mais ofertas. Só perde quem é bobo, somos levados a pensar.

Para acompanhar o desenvolvimento tecnológico, teríamos que trocar semanalmente de celular, ter um computador novo por mês, um tablet com recursos jamais vistos. Sempre estaremos defasados diante deste mundo que é virtual no nome, mas pode nos levar a dívidas reais.

Ensinar isto para as crianças não é tarefa fácil. Não só os pequeninos, mas nós, grandões, também precisamos nos lembrar a todo momento que Jesus é tudo que necessitamos. A satisfação não vem das riquezas, do poder, da ostentação. Cristo mesmo nos ensinou: "Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração" (Mateus 6:21).

terça-feira, 29 de maio de 2012

Maturidade na oração

Se você quiser ver mais uma reflexão gravada para a TV CMC, clique aqui. Falo sobre a importância de experimentar as possibilidades contidas na comunicação com Deus e em não se concentrar nas dificuldades aparentes.

Estava perdido e foi achado

Fico muito irritado quando perco algo dentro da minha própria casa. Procura daqui, fuça dali, pergunta para este, para aquele, e nada. Desta vez foi o documento do carro que pretendo vender. Há uma semana começou a saga para achar o tal. Minha esposa já disse que tinha olhado num armário do escritório, mas lá fui eu mexer novamente. Brinco com ela que aquele lugar é a ilha de "Lost", como naquele seriado de TV, onde os sobreviventes da queda de um avião não sabem direito onde caíram e coisas estranhas acontecem!

Num envelopinho amarelinho, bem no fundo de uma pasta, quase isolado do mundo, encontrei o que eu procurava. Parece até que ele sorriu para mim. Pouco antes eu tinha saído para caminhar e pedi a Deus que me ajudasse a achar o documento, pois custaria quase R$ 400,00 para mandar fazer um novo.

Foi quando me lembrei da parábola do filho pródigo, que saiu de casa com os bens aos quais tinha direito e dissipou-os todos. Arrependido, decidiu voltar para casa. A reação do pai ilustra o que Deus faz conosco, quando percebemos a nossa dependência dEle. É óbvio que um simples documento não se compara a uma vida, ou toda a humanidade, por quem Jesus se entregou: "Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido" (Lucas 19:10).

Repare no texto bíblico da párabola que citei, quando Jesus fala sobre quem estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado: "E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se" (Lucas 15:21-24).

Quando o filho mais velho ficou sabendo da recepção do pai ao irmão fanfarrão, revoltou-se e ouviu do pai a mesma explicação: "Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu. Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado" (Lucas 15:31 e 32).

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Esquecidinho? Nada disso!

Combinei de deixar meu carro no funileiro, para tirar uns amassadinhos, e no dia marcado cheguei lá bem cedinho. Ele tinha me atendido antes com toda a atenção, mas agora parecia não se lembrar mais de mim. Foi conversar com o seu sócio, voltou meio desconfiado e perguntou o que era mesmo para fazer no veículo. Lembrei-o que estive lá outro dia e que acertamos o preço. Aí o homem olhou no seu bloco de anotações e, enfim, recordou-se de tudo.

Na volta para casa, fui caminhando e pensando como eu sou esquecido. Se não tenho uma agenda, dificilmente me recordo de um compromisso. Preciso anotar direitinho para não ser traído pela minha memória. Costumo ainda registrar no celular o que preciso fazer e tudo fica bem mais fácil, pois ele até me avisa antes.

E do nosso compromisso com Deus, de nos relacionamentos com Ele pela oração, nos lembramos? O profeta Isaías mostra o que o Senhor pensa do seu povo, Israel, que somos nós hoje, os que receberam Cristo em suas vidas, como Senhor e salvador: "Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti" (Isaías 49:15).

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ô, queridão!

Estava estacionando numa avenida movimentada de Bauru e uma caminhonete parou bem ao meu lado, interrompendo o tráfego. Fiquei logo pensando o que eu estava fazendo de errado. De repente, o homem que dirigia gritou bem alto para mim: "EU TE AMO". Olhei rapidamente para ver quem era, pois a pessoa podia estar enganada. Descobri que eu era mesmo o alvo daquela declaração. Um irmão da comunidade cristã que frequento ficou tão contente de me ver logo pela manhã que não conseguiu esconder sua alegria.

Quem estava por perto e ouviu  não deve ter entendido muita coisa, ou provavelmente entendeu tudo errado. Mas o efeito das palavras para mim foi animador. O resultado é que não consigo parar de pensar no meu amigo e na sua família e, desta forma, pedir a Deus que os abençoe. Fiquei tão surpreso na hora que até esqueci de dizer que ele também é muito importante para mim e que eu o amo. Em resposta, só deu tempo de sair uma frase: "Ô, QUERIDÃO...".

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Até que Deus aja

"Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós, os que fareis lembrado o SENHOR, não descanseis, nem deis a ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra" (Isaías 62:6 e 7)

Embora o texto acima fale da restauração de Israel (o povo de Deus - no sentido espiritual, a Igreja onde Cristo é o cabeça), há algumas indicações de como devemos nos comportar no nosso relacionamento com Deus. Entendo que podemos fazer um paralelo com a oração, que é o diálogo com o Senhor.

Fica claro que estamos sob os cuidados de Deus, mas devemos tomar algumas atitudes:

1 - lembrarmos o Senhor
2 - não descansarmos
3 - não darmos descanso ao nosso Rei

E devemos prosseguir assim, até que Ele cumpra o Seu propósito!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Promessas de Deus

Meu pensamento para o dia de hoje pode ser conferido clicando em Promessas de Deus. É uma das gravações para a TV CMC.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O "sistema" é burro

Minha chuteira para jogar futebol estava imprestável e tive que comprar uma nova. Embora a partida num campo de futebol society seja só uma vez por semana, o equipamento precisa ser adequado. A chuteira antiga estava amarrada na ponta com fita adesiva preta. Talvez ela combine mais à minha qualidade técnica hoje, mas isso é outra história. Quando fui pagar, no valor de R$ 99,90, pedi para parcelar em duas vezes. A moça do caixa explicou que só poderia dividir o pagamento a partir de R$ 100,00 e que ela não tinha como me atender porque o "sistema" não permitia.

O que ela queria me dizer, e eu entendi bem, era que o sistema de informática daquela empresa estava configurado de tal forma que havia um valor mínimo para o parcelamento. Se ela digitasse uma importância menor, o programa não aceitaria. Mas fiquei irritado porque a atendente nem se deu ao trabalho de perguntar se eu queria levar mais alguma coisa para completar R$ 100,00 (que fosse uma meia ou uma cueca), ou ainda perguntar ao gerente se poderia parcelar a compra, pois afinal só faltavam R$ 0,10 e talvez o homem pudesse autorizar.

Diante da inércia dela, não resisti e comentei: "Pois é minha filha, o sistema é burro mesmo". Fácil de explicar: porque a máquina prevalece sobre uma relação que poderia ser mais cordial. Não é só na área da informática, mas o "sistema" envolve a nossa forma de viver, que busca sempre o lucro exagerado, o individualismo, etc e etc. Se eu tivesse comprado na lojinha do meu bairro, onde a mulher anota na caderneta, com certeza receberia um desconto e combinaria com a dona a melhor forma de pagamento. Mas o "sistema" é assim, frio, não tem conversa, é comprar ou deixar o produto no lugar onde estava.

Espero que a moça não tenha se sentido ofendida, porque não a chamei de burra, mas sim o "sistema" em que ela e eu, você também, vivemos. Mas não sou obrigado a persistir nisso. Posso, da próxima vez, escolher outra loja, pagar à vista e batalhar por um desconto, ou simplesmente continuar com a chuteira velha, remendada. Quem sabe ainda tomar as iniciativas que a funcionária não teve. Mas que o "sistema" é burro, isso é.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sabedoria e conhecimento


O meu pensamento para o dia de hoje você pode conferir clicando em:
Achar sabedoria e adquirir conhecimento.

sábado, 19 de maio de 2012

As maravilhas do Senhor

Assista a uma reflexão que gravei para a TV CMC com o título As Maravilhas do Senhor.

Fugindo do cabresto

Liguei no celular do jardineiro e marquei a limpeza do quintal para sábado cedo. No horário combinado, lá estava o homem. Estacionou a carroça bem em frente ao portão e começou a tirar os equipamentos. Quando terminou o trabalho, pegou todas as folhas, galhos e sujeira e pôs na sua carroça azul, muito bem arrumadinha. O cavalo estava amarrado na árvore e rapidamente ele já seguia para casa. Na cidade em que moro, é raro ver carroças pelas ruas, mas ainda é um meio de transporte utilizado.

Há alguns anos, quando eu ia passar férias no sítio do meu avô, viajava de ônibus até a cidade mais próxima e ele mandava um funcionário me buscar. Era uma diversão percorrer aqueles 5 km de estrada de terra. Ficava esperando o dia de ir embora para andar de carroça novamente.

A carroça só existe porque o animal, no caso o cavalo, não obedece voluntariamente e precisa ser conduzido através do cabresto. Se não houvesse ninguém ada para dominá-lo, ele certamente fugiria. Que dificuldade para pegá-lo novamente! Por isso é que está registrado em Jó 32:9: "Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem".

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Andando como sábios

Cheguei em casa e acionei o controle do portão eletrônico, como sempre faço, mas desta vez ele não funcionou. Apertei de novo, abri para olhar a pilha, mais uma tentativa, e nada. Lembrei que a companhia de energia elétrica tinha enviado um aviso de que, naquela data, haveria o corte programado, para manutenção da linha, de tal a tal horário. Deixei o carro estacionado do lado de fora e tive que abrir o portão com a chave, porque a fechadura também é eletrônica.

Na hora do almoço, costumo ver os telejornais esportivos, mas desta vez conversamos mais à mesa de refeição, comi uma fruta demoradamente e fui cuidar de algumas coisas no quintal. Molhei algumas plantas, mexi em vasos que precisavam de reparo, alimentei a cachorra e ainda me alonguei no banheiro. Deu tempo de fazer tudo isso e ainda cheguei mais cedo ao trabalho.

Não é muito díficil constatar que a tal da TV toma um tempão da gente, que poderíamos aproveitar de maneira melhor: "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor" (Efésios 5:15-17).

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Creiamos, a cada dia

“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1 Coríntios 1:30-31).

Deus mesmo nos uniu em Cristo e fez de Jesus a nossa sabedoria. E é por meio dEle que somos aceitos pelo Pai, nos tornamos povo de Deus e somos salvos.

Haja em nós o mesmo sentir que houve em Cristo, uma loucura que, sendo Deus, desceu, lavou os pés dos seus discípulos, mas Deus o exaltou com seu poder. Quem quiser se orgulhar, que se orgulhe daquilo que o Senhor fez e faz. Tome a cruz, abrace-a forte. A cada dia, creiamos nesta loucura!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

É muito louco, mas fantástico!


Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação. Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1:21-24).

Segundo o apóstolo Paulo, o enfoque da pregação deve sempre ser Cristo. Através da obra na cruz, Ele é a expressão do poder de Deus para os que creem, o mistério que Deus escondeu em sua loucura aparente para podermos experimentar a verdadeira sabedoria e poder divinos.

Foi por isso que Deus enviou Cristo, que é a sabedoria de Deus, a fim de nos revelar o conhecimento do plano divino da salvação que tinha sido, até então, mistério. Agora, porém, a sabedoria de Deus é desvendada mediante o Espírito Santo.

Quando eu estava na universidade, tratei de tirar a loucura do evangelho. Tratei de civilizá-lo, torná-lo mais lógico, mais aceitável pela razão. Sabe qual o resultado? Nenhum. Ao tirar a loucura, tirei seu poder. O evangelho não é para ser intelectualizado.

Agora, entendi que devo anunciar um evangelho tão louco como é. E me alegro que ofenda o orgulho do homem, pois este, pela sua própria inteligência, em vez de dizer que ama a Deus, que dá graças pela criação, que o louva, fala que não há Deus, começa com seus racionamentos. A palavra da cruz é loucura para os que se perdem.

Jesus ressuscitado poderia aparecer aos sacerdotes, em Jerusalém, e dizer a todos: “Viram, me mataram, mas aqui estou aqui, ressuscitado”. Ele não apareceu a ninguém que não creu, só aos discípulos que creram nele. Porque Deus quis que fossemos salvos não porque apalpamos ou racionalizamos, mas cremos na loucura do evangelho, no testemunho do evangelho que Deus levantou a Jesus dos mortos e o fez Senhor. Que fantástico!

terça-feira, 15 de maio de 2012

O segredo para ter força

"Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus" (1 Coríntios 1:18).

A palavra da cruz não é uma mensagem sobre a crucificação, sobre a morte de Cristo, mas  todo o ensino de Jesus, toda a palavra de Deus. Porque a cruz está presente em tudo que Ele ensinou. Está presente tacitamente, está implícito, no discipulado, no arrependimento, no batismo, na oração, na Ceia do Senhor, no amor, na sujeição, na obediência, no perdão, no pagamento de impostos, na santidade, em ações de graças.

Jesus foi obediente até a morte, e morte de cruz. Ele claramente ensina que o que quer ser discípulo tem que tomar sua cruz. É uma condição para segui-Lo. Mais que condição, é uma qualidade necessária. Tomar a cruz significa estar sempre pronto para morrer em qualquer lugar e circunstância.

A cruz significa morte. Cruz é humilhação e obediência até a morte. Morte à minha vontade, morte ao meu eu. A cruz serve para matar, não para adornar os templos ou com crucifixos nossos peitos ou a cabeceira da cama. É um incrível instrumento de tortura. E quando Cristo fala, diz que precisamos estar dispostos a morrer, a negarmos nossa vontade, senão não podemos seguir-Lhe.

A cruz não é só onde se alcança salvação, mas onde temos de lidar com nossas tendências carnais. Paulo, que já estava salvo, disse que tomava sua cruz a cada dia. Em outras palavras: “Quero um compromisso sério, não ando só atrás de bençãos”.

É preciso um andar diário, a mortificação. Quando tomo minha cruz, mortifico meu “eu”. A cruz, carrego a cada dia. A cruz é fraqueza, permite levar a morte, para que você não reaja. Aí, somos fortes.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Dias, riquezas e glória!

A sensação não foi agradável. Ela, que sempre me reconhecia e fazia festa quando eu chegava, desta vez ficou me olhando, olhando, e esqueceu o meu nome. Fixou mais uma vez o olhar e repetiu que não se lembrava quem eu era. O almoço com minha avó, no Dia das Mães, foi rápido - porque ela já tinha comido uma sopa antes - e um tanto estranho. Até poucos dias atrás, ela era minha companheira de caxeta e escopa de 15, mas os 98 anos pesaram mesmo.

Como aprendi desde pequeno, pedi a benção dela ao ir embora e ouvi um gracioso "Deus te abençoe, meu filho". Antes de sair, a acompanhante da noite deu-lhe algumas gotas de um remédio forte, para evitar que ela continue vendo porcos, formigas, galinhas e outros animais passando pela sala de casa, ou que se assuste com algo pegando fogo. A imaginação dela está mais fértil do que nunca.

Dentro do carro, um dos meus filhos percebeu o casanço da bisavó e se embaralhou com os números da idade dela, afinal dona Alice é quase uma centenária. Ele comentou: "Pai, acho que já deu a hora dela. É muito, não é?". Explicamos que só Deus sabe o nosso tempo de vida, precisamente os dias, horas e segundos.

Davi, o rei do povo de Israel, quando foi ficando mais experiente, chegou a fazer um pedido a Deus, que é desde já o meu e o que também faço para a vovó querida: "Não me rejeites na minha velhice; quando me faltarem as forças, não me desampares" (Salmos 71:9). Assim, quando chegar a hora de partir, que as lembranças possam ser também como as de Davi: "Morreu em ditosa velhice, cheio de dias, riquezas e glória" (1 Crônicas 29:28).

sábado, 12 de maio de 2012

Da mãe para o rei

Mãe sempre dá bons conselhos para os filhos, não é? No capítulo 31 do livro de Provérbios, o rei Lemuel (não se sabe exatamente quem foi ele) recorda de alguns conselhos que sua mãe lhe deu. São orientações que, a meu ver, não perderam a atualidade:

"Palavras do rei Lemuel, de Massá, as quais lhe ensinou sua mãe. Que te direi, filho meu? Ó filho do meu ventre? Que te direi, ó filho dos meus votos? Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos, às que destroem os reis. Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. Para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos. Dai bebida forte aos que perecem e vinho, aos amargurados de espírito; para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza, e de suas fadigas não se lembrem mais. Abre a boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham desamparados. Abre a boca, julga retamente e faze justiça aos pobres e aos necessitados" (Provérbios 31:1-9).

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O que é importante numa casa

Estou desconfiado que um dos meus filhos está se tornando santista. Luto bravamente contra esta hipótese, embora goste muito do futebol jogado hoje pelo Peixe. É que o caçula faz parte da escolinha "Meninos da Vila", que é do Santos, e tem demonstrado uma satisfação enorme por isso, não perde um treinamento sequer.

Embora eu seja são-paulino, há uma influência na família que pende para a baixada, que é minha mãe, santista. Um dos meus sobrinhos já aderiu ao Neymar e o pai, palmeirense, está disposto até a levá-lo para assistir ao jogo final do Campeonato Paulista, no Morumbi.

A conversa sobre futebol é só um pretexto para mostrar o seguinte: podemos divergir sobre vários assuntos, inclusive futebol, mas tem um que precisa prevalecer nas nossas casas, que não é a religião, mas a presença viva de Jesus. Disto Josué sabia bem: "Eu e minha casa serviremos ao Senhor" (Josué 24:15), e o salmista Davi também: "O SENHOR, tenho-o sempre à minha presença; estando ele à minha direita, não serei abalado" (Salmos 16:8).

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Posso sempre contar com ela

Tive, pelos menos, três acidentes sérios que levaram meus pais a temerem que o pior ocorresse comigo. No primeiro, caí sentado numa churrasqueira em brasas. Encaixei de tal forma que foram necessários dois homens para me tirar daquele metade de tambor, um para me puxar e outro para empurrar a lata para baixo. Minha mãe ficou comigo no hospital por 30 dias.

Depois, cortei o meu rosto num acidente de bibicleta, após bater num tijolo baiano quebrado. Foram 11 pontos e por poucos centímetros a jugular não foi atingida. Na mesma noite, sofri uma tremenda hemorragia. Novamente lá estava minha mãe, cuidando de mim.

Há quase 9 anos eu estava de moto e fui atingido por um caminhão, que passou por cima de mim. Quebrei a bacia, rompi a uretra, a bexiga, vários tendões, músculos, nervos, trinquei o osso sacro, tive infecção hospitalar, bacterimia, etc e etc. Sobrevivi, graças a Deus. Um dos quartos da minha casa foi transformado em ambulatório hospitalar. Quem estava lá para me apoiar? Minha mãe.

Que bom tê-la comigo, ainda mais porque não sei o que vem pela frente. O que eu tenho certeza é que sempre posso contar com ela!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O filme da minha vida


Há duas semanas meu caçula insistia para levá-lo ao cinema, mas os horários não se encaixavam. Até que fomos almoçar num centro comercial e ele lembrou-me novamente do seu desejo. Embora tivéssemos acabado de comer, colocamos aqueles óculos para assistir ao filme em 3D. Fiquei receoso de me dar uma congestão, mas aguentei firme. Tive também sono, embora houvesse cenas movimentadas e barulhentas. Quando o menino segurou nas minhas mãos, comecei a ver um outro filme, muito mais importante do que aquele que saltava da telona.
Entendi a satisfação dele por estarmos juntos, por ter sido atendido, pela atenção que recebera. As mãos entrelaçadas não duraram muito, é verdade, mas foi o suficiente para reforçarmos os nossos laços de amizade, de carinho, de companheirismo. Por duas vezes fui conferir se ele estava dormindo, mas respondeu que não, que estava gostando mesmo.

Quando terminou o filme, fomos para duas lojas: uma para ver um tênis da Coca-Cola, que “sempre quis ter igual”, e outra para me apresentar o boné com aba reta, agora a última moda dos skatistas. Vimos os modelos, perguntamos os preços e continuamos andando por ali, como bons amigos. Enquanto eu tomava um café, ele saboreava um sorvete. Eu preocupado com o horário, ele curtindo o momento, tendo o pai só para ele. Pena que acabou logo, pois sabe quem foi o grande beneficiado nesta história? Eu!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Essa tal da correria


Um amigo pediu que estudássemos juntos a Bíblia. Achei ótimo, pois ele teria a oportunidade de aprender, e eu também. No primeiro mês, foi tudo tranquilo em relação à frequência. No segundo, algumas faltas justificadas, mas mesmo assim era visível o interesse dele. No terceiro, as muitas viagens e as tarefas profissionais começaram a atrapalhar. Você já deve imaginar em que ponto estamos agora…
Eu sempre fui muito ocupado, com várias atividades para conciliar ao mesmo tempo. Trabalhava numa emissora da rádio, num jornal impresso, na TV local e ainda fazia faculdade. De sábado, ia namorar e invariavelmente dormia no colo da minha namorada, hoje minha esposa. Deixei de participar de muitas reuniões de oração, de estudos bíblicos, de ter comunhão com pessoas queridas, etc e etc. Sei como é triste priorizar os próprios interesses.

Ainda hoje, se não me policio, continuo fazendo a mesma coisa. Mas sei que Deus tem paciência comigo, insiste, cuida de mim, traz um ânimo novo e posso seguir em frente, mesmo com todas as minhas falhas. E por que não teríamos a mesma disposição em caminharmos juntos com quem espera o nosso apoio?

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Cuidado com a bateria

Pensei que era falta de óleo no motor, mas o motivo da pane foi outro. De repente, o carro parou de funcionar e comecei a ficar preocupado. Qualquer que fosse o diagnóstico, imaginei, teria que gastar mesmo, só restava saber a importância. Na avaliação do funcionário da seguradora, o problema estava na bateria, o que acabou se confirmando. O veículo tem menos de três anos e, portanto, pensei que a bateria deveria aguentar mais. Descobri que a vida útil delas é de, no máximo, dois anos.

O episódio serviu para lembrar que também precisamos, constantemente, de uma carga na bateria para aguentar as dificuldades do dia a dia. Ou mesmo trocá-la, dependendo da potência que usamos no motor. Se não fazemos isso naturalmente, o próprio corpo nos dá os indícios necessários de que é hora de descansar.

Na verdade, o descanso extrapola o nosso físico, como Jesus indicou: "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma" (Mateus 11:29).; e ainda o salmista Davi: "Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso" (Salmos 23:2). Talvez seja a hora de observar o nível da sua bateria.

sábado, 5 de maio de 2012

Palco não, altar sim

"Não faça de seu ministério um palco, e sim um altar". Foi com esta frase que Asaph Borba encerrou uma conversa comigo, em Bauru. O músico, agora contratado da Som Livre, disse que teve a graça de Deus de gerar novos discípulos, de formar pessoas ao seu lado que se desenvolveram e cujos ministérios foram além do dele. Para assistir o bate-papo na íntegra, clique em "Entrevista com Asaph Borba - TV CMC".

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Somos amigos, e pronto!

"Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando" (João 15:14).

Quando Jesus fala, temos mesmo que prestar atenção. Ele é curto, direto e simples nas Suas palavras. Neste texto, explica que para sermos amigos, temos de obedecê-Lo. E para isso, necessitamos de fé para fazer o que Ele ordenou, os Seus mandamentos.

Desde o começo do capítulo 15, Cristo fala sobre alguns desses comandos, como permanecer nEle e no Seu amor, guardar os Seus mandamentos, dar muito fruto. E para os discípulos entenderem melhor a prática da amizade, diz: "Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos".

É impossível não pensarmos em como Jesus se coloca à nossa disposição para sermos Seus amigos, e como temos dificuldades em corresponder. Mesmo assim, Ele não desiste de nós e segue insistindo para que sejamos grandes amigos, e nãos mais servos: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer" (João 15:15).

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A vida sem vácuo

Fui ao médico para tratar de uma coisa e saí de lá com receita para outra. E quando fui à farmácia para que me fosse aplicada a injeção e para comprar os remédios, quase caí de costas com o preço. Enfim, passado o susto, agora é só tomar os medicamentos com muita disciplina e aguardar que eles façam o efeito desejado. Assim é o processo de um tratamento de saúde, que começa pela identificação da doença.

Muitas vezes não sabemos bem o que temos e vamos à procura de uma solução para algo a ser identificado. Vira uma verdadeira confusão, e pulamos de médico em médico, com opiniões variadas. Uma amiga que vive em Portugal precisou passar por vários "doutores" até descobrirem o que ela tinha. Um deles chegou a ficar bravo porque os remédios não a curaram. Mas que culpa ela teve se foi o próprio médico quem indicou aqueles?

Uso esta questão da saúde para falar de algo ainda mais importante, que é a nossa busca pelo que é divino, sobrenatural. Como a água é essencial para nossa vida física, assim também a presença de Deus é essencial para nossa vida espiritual. Por isso o salmista disse: "Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água" (Salmos 63:1); "Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma.A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?" (Salmos 42:1 e 2)".

A pessoa sem Deus começa uma corrida desvairada atrás de algo que possa preencher esse vazio: dinheiro, sexo, poder, entretenimento. Uma frase de Agostinho mostra bem isso: “Tu nos fizeste para ti mesmo e nossos corações vivem inquietos enquanto não acharem repouso em Ti”. Todo homem tem um vácuo que é do tamanho dEle, isso quer dizer que só Ele pode preenchê-lo.

O homem foi criado com a necessidade de se relacionar com um Ser amoroso e firmemente forte, que lhe atribui certas tarefas e o capacita para realizá-las. Sem esse relacionamento, a vida humana é horrivelmente vazia. E nada – nem amigos, nem emoções, nem prazeres, nem uma profissão prestigiosa – pode preencher, a não ser um determinado relacionamento que, por natureza, precisamos ter.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Uma qualidade necessária

"Feliz o homem constante no temor de Deus; mas o que endurece o seu coração cairá no mal" (Provérbios 28:14).

Gosto da palavra constante, que indica uma pessoa firme, que não varia, que tem um alvo e permanece nele. E o ser constante neste texto está relacionado ao temor de Deus, exatamente o que falta muito hoje. Reconhecer a soberania dEle e se render ao Seu domínio, sabendo que um dia prestaremos contas de tudo que temos feito.

Podemos mudar por vários motivos, desde as dificuldades que surgem até o sucesso que nos envolve, mexendo com a nossa soberba. Muitos de nós já experimentamos os dois lados.

Ser constante também tem a ver com maleabilidade, o sujeito que sabe se adequar às situações sem questionamentos quanto à sua fé, por exemplo. É o contrário de ter um coração endurecido.

Se me perguntarem se tenho sido constante no temor de Deus, posso até vacilar na resposta. Mas não vou deixar de buscar esta qualidade, muito necessária ao nosso caráter.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Para Ele, é assim!

O profeta Jeremias, numa de suas orações, reconheceu: "Ah! SENHOR Deus, eis que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido; coisa alguma te é demasiadamente maravilhosa" (Jeremias 32:17). Quando ele terminou a sua oração, Deus fala: "Eis que eu sou o SENHOR, o Deus de todos os viventes; acaso, haveria coisa demasiadamente maravilhosa para mim?" (Jeremias 32:27). E realmente não há.

Este dois versículos estão no contexto da promessa de que o reino de Judá seria restaurado, mas somente após uma grande tribulação, que significava o domínio da Babilônia. Exatamente dessa forma aconteceu.

Quando Deus prometeu um filho para Abraão e Sara, mesmo sendo os dois já velhos, a desconfiança tomou conta deles. E a palavra "demasiadamente" apareceu: "Acaso, para o SENHOR há coisa demasiadamente difícil? Daqui a um ano, neste mesmo tempo, voltarei a ti, e Sara terá um filho" (Gênesis 18:14).

Então, o que para nós é surpreendente, fantástico, incrível, para Deus é Sua própria natureza. Ele é vivo, tremendo, poderoso, milagroso, espantoso. Pensou numa coisa demasiadamente maravilhosa? Para Ele, é assim!