sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

É longe, mas nada de reclamar

Quando Jesus se preparava para entrar em Jerusalém enviou discípulos para buscar um jumentinho, sobre o qual montaria. Ao encontrarem o animal, desprenderam-no. Mas a reação de quem viu a cena foi imediata: "Alguns dos que ali estavam reclamaram: Que fazeis, soltando o jumentinho?" (Marcos 11:5). A reclamação nos desqualifica para a caminhada cristã.

Quem já passou por muitas guerras e necessidades tem muito a nos ensinar neste assunto. É um dos motivos pelos quais admiro o povo polonês. Uma das situações que presenciei lá foi a de um casal que hospedava minha família em sua casa. O homem convidou-me para ir buscar o carro na garagem. Imaginei que o carro estava estacionando bem perto, mas começamos a andar e não parávamos mais. Cem, duzentos, mais de trezentos metros. Observei umas casinhas de lata bem adiante, pensei que era um outro bairro, e ele explicou que dentro de uma delas estava o seu veículo.

Meu hospedeiro chegou tranquilo na rua sem asfalto, tirou o cadeado e já estava pronto para fazer a viagem de volta. Fiquei pensando na minha comodidade, com portão eletrônico, garagem para dois carros... Andar aquilo tudo com neve é uma loucura. E em nenhum momento eu o ouvi reclamar. Pelo contrário, contou que aquelas casinhas de lata eram úteis inclusive para guardar coisas e que foram um benfeitoria para os moradores de prédios mais antigos.

Hoje, o casal mudou-se para outra cidade. Estive com a esposa dias atrás, no Brasil, juntamente com meus familiares, mas esqueci de perguntar se a nova residência tem garagem. Mas também, não faria diferença, porque sei que eles não reclamariam!




quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Entendendo melhor o sofrimento

Existem muitas teorias por aí sobre o sofrimento, os motivos pelos quais passamos por dificuldades. E este ano, particularmente, começou fervendo, cheio de situações aparentemente negativas. Nas minhas leituras, encontrei anotações de uma mensagem de Jaime Kemp, com o título "Por que sofremos?". E ele elenca 5 razões bíblicas (obviamente há outras):
 
1. Para crescimento da nossa fé (perseverança) e amadurecimento espiritual (maturidade e integridade) - Tiago 1:2-4.

2. Para aprendermos a depender de Deus em nossas fraquezas. É característica humana querer ser auto-suficiente, mas Paulo ensina “quando sou fraco, então é que sou forte” - 2 Coríntios 12:7-10.

3. Para que sejamos disciplinados, pois o Pai disciplina seus filhos porque os ama e o quer levá-los à santidade - Hebreus 12:5-13.

4. Para que Deus possa manifestar suas obras através de nossas vidas - João 9:1-3.

5. Para aprendermos a consolar os outros - 2 Coríntios 1:3-6.

Como nem tudo dá para entender, me satisfaço com a ilustração de que Deus usa um “termômetro” e um “relógio” para nos provar: sabe quanto calor (prova) e por quanto tempo pode aplicá-lo nas nossas vidas, pois Deus é bom (não é cruel), é sábio (não erra), mas às vezes não explica o porque (é soberano).

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Perdoe-me, Senhor, pelo desabafo

O cristão que realmente se dispõe a viver para Deus enfrenta uma crise, uma tensão constante, por entender o que significa estar servindo ao Senhor, renunciando os seus próprios interesses. Comecei o ano vivendo esta realidade, com o pensamento de que eu estaria perdendo tempo com o que faço. Mesmo sem entender direito o que se passava, encontrei na Bíblia uma indicação clara de que temos que permanecer firmes naquilo que nos propusemos a fazer.

O texto está em Malaquias 3:13-18: "As vossas palavras foram duras para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por felizes os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam, sim, eles tentam ao SENHOR e escapam. Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos outros; o SENHOR atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao SENHOR e para os que se lembram do seu nome. Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve. Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve".

Aprendemos a servir a Deus nos momentos de perda, de deserto, embora alguns obstáculos se levantem, principalmente o nosso orgulho, a resistência ao quebrantamento. Às vezes somos levados pelas circunstâncias a pensar mais seriamente sobre nós mesmos, nossos objetivos, a vida que estamos levando. Mexendo nas minhas gavetas, vi que em 2004 já tinha enfrentando uma profunda reflexão sobre o serviço a Deus, quando escrevi um desabafo: "Senhor, tenho a sensação de que atrapalho a Tua obra, sensação de ocupar um espaço para o qual não sou apto, por vários motivos, como inexperiência, falta de conhecimento adequado e uma vontade de ajudar que muito mais traz complicações do que facilita as coisas. Tenho vivido para não causar melindre, para não despertar ciúme, e não tenho conseguido ser eu mesmo,. Passei a esconder meus sentimentos, a reconhecer minha falta de importância e confesso que perdi a motivação. Quem sou eu na Tua igreja? Sinto-me muito mais um intrometido do que qualquer outra coisa. Um despreparado para tão grande missão divina. Talvez eu esteja decepcionado comigo mesmo, com a minha impaciência, com a minha ingratidão, com a minha falta de fé, com a minha arrogância, com o meu orgulho. Perdoe-me, Senhor, pelo desabafo".

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Que torta de frango!

"A casa e os bens vêm como herança dos pais; mas do Senhor, a esposa prudente” (Provérbios 19:14).

Um amiguinho dos meus filhos estava em casa e minha esposa fez uma torta de frango para o lanche da tarde da rapaziada. Ao dar o primeiro bocado, ele falou: "Nossa, que torta deliciosa. É a torta mais gostosa que eu já comi na minha vida". Eu olhei para os meus dois filhos, eles para mim, e parece que falamos juntos: "A mamãe é mesmo uma excelente cozinheira!".

Depois deste fato, fiquei pensando como elogio pouco as refeições que ela prepara ou mesmo as suas atividades para nos servir. Lembrei que nem a cama tenho arrumado direito, que sempre me confundo com a toalha que estou usando, que deixo roupas usadas espalhadas pelo quarto, que há algum tempo não lavo as louças para ajudá-la.

Em Provérbios, Salomão reconhece que Deus é quem dá a esposa prudente, cuidadosa, carinhosa, amorosa: "O que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do SENHOR" (Provérbios 18:22). E o marido precisa expressar para a sua amada a importância do presente que ele recebeu de Deus. Sei que na correria do dia as coisas tendem a ficar mais esquecidas, mas não pode ser assim.

Afinal, ter uma colaboradora, uma ajudadora, uma auxiliadora é muito melhor do que aquela esposa briguenta, que só reclama, que em vez de apaziguar coloca fogo na casa: "O gotejar contínuo no dia de grande chuva e a mulher rixosa são semelhantes" (Provérbios 27:15).

É, tenho mesmo motivos para agradecer...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Multiplicando oportunidades

"Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel" (1 Coríntios 4:1 e 2).

Estas palavras do apóstolo Paulo deixam bem claro que, quando da prestação de contas - que todos enfrentaremos -, devemos ser encontrados fiéis. Fidelidade é o resultado do exercício da fé. Diz-se que fiel é aquele que conserva. Mas, na realidade, não é. O fiel (na parábola dos talentos - Mateus 25:14-30) foi o que multiplicou. Por que o que conservou foi considerado infiel? Deus não nos dá nada para guardarmos, mas para distribuirmos.

Quando a fé é exercitada? Quando há uma oportunidade. Davi, por exemplo, exerceu sua fé contra Golias (1 Samuel 17), o que lhe deu acesso ao palácio. Moisés diante do Mar Vermelho, quando o povo fugia do Egito, também se viu obrigado a tomar uma atitude: “Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem” (Êxodo 14:15).

A fé não é somente contemplativa, mas sempre atua. Começou em Gênesis: “Deus disse…” (Gênesis 1:3). É verdade que a contemplação, a reflexão, é importante e pode nos levar à fé. Mas a fé sem ação não é funcional, não produz: "A fé sem obras (ação) é morta” (Tiago 2:26).

Estas oportunidades, ou aproveitamos ou desperdiçamos, por isso precisamos correr riscos. Ou agimos ou ficamos passivos. A fidelidade é observada nas nossas prioridades. Josué, ainda jovem, não largava de Moisés: "Falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo; então, voltava Moisés para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava da tenda" (Êxodo 33:11).

Alguns vêem somente os obstáculos, as barreiras. Mas, para uma pessoa de fé, no meio das crises há sempre uma oportunidade!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Estratégia contra a solidão

Estamos cercados por gente solitária. Até homens e mulheres piedosos às vezes sofrem desse mal. Elias destaca-se no Antigo Testamento como o mais dramático e poderoso profeta de Deus. Ele deteve a chuva, desafiou um rei face a face, fez descer fogo do céu, ordenou a execução de centenas de falsos profetas, predisse com exatidão o dia em que terminaria uma seca de três anos e meio. Lemos em Tiago 5:17: “Elias era homem semelhante a nós”. Também ele passou por tempos de solidão e desespero.

Por haver dado quatro passos errados, Elias encontrou-se sob uma árvore em completo desânimo (1 Reis 18:46 a 19:4). Primeiro, esgotou-se fisicamente. Segundo, transtornou-se emocionalmente. Terceiro, deixou de recorrer a Deus espiritualmente. Quarto, isolou-se socialmente. No fim, sucumbiu sob uma árvore num lugar deserto e clamou: “Basta, Senhor! Tira-me a vida. Sinto-me exatamente como morimbundo”. Muitas vezes nos sentimos assim, sem ninguém por perto para incentivar, desanimados. 

Deus satisfez a cada uma das necessidades de Elias em suas horas de crise. Fisicamente, deu-lhe alimento e sono. Emocionalmente, fez Sua presença conhecida a Elias e o estimulou. Espiritualmente, exortou-o a uma vez mais segui-lo. Socialmente, Deus disse a Elias que havia um grande número de homens e mulheres com os quais ele podia confraternizar e dos quais receber mais estímulo.

Deus quer satisfazer as nossas necessidades. Não podemos viver sozinhos e por nossa própria conta a vida cristã vitoriosa, é impossível. Experimentamos a vitória pelo poder de Cristo que habita em nós (Gálatas 2:20). Sua presença e poder se evidenciam de modo especial quando duas ou três pessoas se reúnem (Mateus 18:20).

A última coisa que Cristo nos disse antes de subir ao céu foi que Ele estaria sempre conosco (Mateus 28:20). Ele deseja ser nosso melhor amigo. Temos de nos manter ativamente em comunhão com o povo de Deus (Hebreus 10:25), e pararmos de tentar enfrentar sozinhos as batalhas diárias. A vitória na vida cristã é sempre um trabalho em equipe.            

sábado, 21 de janeiro de 2012

Socorro que vem do santo céu

Reprodução do Jornal da Cidade de Bauru, 17/01/2012
"Eu estava na última fileira e quando o ônibus tombou as pessoas começarama a cair em cima de mim e alguns bancos também me atingiram. Foi um desespero. A minha bolsa abriu e o celular caiu na mão de uma colega minha, que ainda conseguiu ligar para pedir socorro e avisar o meu marido. Estava tudo escuro na hora do acidente. Graças a Deus estou viva, assim como os outros passageiros".

Este testemunho eu ouvi de uma senhora que mora a 50 km de Bauru, em São Luiz do Guaricanga. Ela pega o ônibus todos os dias, às 5h30, em direção a Bauru, onde trabalha. Só que chovia muito numa das madrugadas no começo deste ano quando ocorreu o acidente. O veículo tombou no acostamento da rodovia Marechal Rondon, depois de bater num caminhão. O caminhonheiro fugiu sem prestar socorro. Ela não quebrou nenhum osso e nem se cortou. Só está sentindo as dores das batidas.

A senhora contou que apenas uma pessoa se feriu com mais gravidade. A irmã dela, com o rosto cheio de hematomas e o nariz inchado, também falou do livramento: "Conforme as pessoas foram saindo do ônibus, eu não acalmei enquanto não vi a minha irmã. Foi um alívio encontrá-la. Só depois percebi que meu nariz não parava de sangrar".

Depois do acidente, ao visitar esta família, abri nos Salmos 20 e comecei a lê-lo para as duas mulheres. Aquelas palavras saltaram aos nossos olhos, como se tivessem acabado de ser escritas: "O SENHOR te responda no dia da tribulação; o nome do Deus de Jacó te eleve em segurança. Do seu santuário te envie socorro e desde Sião te sustenha. Lembre-se de todas as tuas ofertas de manjares e aceite os teus holocaustos. Conceda-te segundo o teu coração e realize todos os teus desígnios. Celebraremos com júbilo a tua vitória e em nome do nosso Deus hastearemos pendões; satisfaça o SENHOR a todos os teus votos. Agora, sei que o SENHOR salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com a vitoriosa força de sua destra. Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos" (Salmos 20:1-9).

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

De todas as tribos

Ficamos muito impressionados quando ouvimos sobre um milagre que Deus fez. Mais extasiados ainda quando presenciamos algo sobrenatural. A ação que para nós é surpreendente, para Deus é natural, faz parte da Sua essência. Tive uma experiência assim recentemente. Quando estive em uma aldeia dos índios caiuás, no Mato Grosso do Sul, no ano passado, vi um menino que não conseguia andar recuperar todos os movimentos das pernas, logo após a oração. Agora fiquei sabendo de outra criança curada, que não tem mais problemas de crescimento e nem de fala.

Este é o bebê que agora cresce normalmente, nos braços de Hérica

E o que eu vou contar agora é mais um fato impressionante. Uma índia grávida foi levada da aldeia para o hospital da cidade mais próxima. O médico que a atendeu constatou que o parto normal seria inviável e que uma cesariana oferecia elevado risco de morte para a mulher ou para a criança. Ele, então, decidiu adiar o parto, para estudar o procedimento adequado. Logo advertiu as enfermeiras sobre a gravidade do caso.

Quando ficou sozinha na sala de cirurgia, a índia – que sentia muitas dores – pediu a Deus que, se Ele existia mesmo, preservasse a vida dela e do bebê.  Imediatamente viu uma luz intensa, que clareou o ambiente. Em seguida, percebeu que alguém, de vestes muito brancas, colocou um dos pés entre o seu peito e a sua barriga, empurrando o bebê. Quando as enfermeiras chegaram,  viram o recém-nascido, e testemunharam o milagre: ambos sobreviveram.
Assim, através de curas e milagres, o evangelho do Rei Jesus está chegando à tribo dos caiuás, mas é preciso que chegue a outras aldeias que ainda não O conhecem, para que Ele volte logo e se cumpra a visão do apóstolo João, descrita no livro de Apocalipse: "Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação" (Apocalipse 7:9 e 10).

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

É mesmo um privilégio!

A 84 km de Fortaleza, capital do Ceará, está a cidade de Baturité, com pouco mais de 30 mil habitantes. A serra ocupa 40% do município, com lindas cachoeiras no percurso da Mata Atlântica. No alto da serra fica o Mosteiro dos Jesuítas, uma construção muito bonita, em pedra tosca, projetado por um arquiteto francês, em 1924. Fiquei olhando aquela exuberância toda do prédio, cercado de coqueiros, com uma vista privilegiada para a cidade. Por um instante passou pela minha cabeça a ideia de que seria mais fácil encontrar Deus ali do que em outro lugar qualquer que eu pudesse enxergar. Mas rapidamente concluí que este era, e é, um pensamento falho.

Fazemos algumas associações que tem a ver com nossas experiências religiosas, mas não sendo bíblicas, também não correspondem à verdade. O livro de Atos registra o discurso de Estevão, pouco antes de sua morte. E ele faz uma advertência ao povo: "Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas; como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Não foi, porventura, a minha mão que fez todas estas coisas?" (Atos 7:48-50).

Logo depois vem o apóstolo Paulo, quando está em Atenas, na Grécia, e manda bala: "O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração" (Atos 17:24-28).

Por mais bonito que seja o templo, o salão, a construção, certamente não é a casa de Deus. Pode ser lindo, de mármore, de ouro, de marfim, de pedras preciosas, uma beleza a ser apreciada, mas nada de casa de Deus. Por mais paradoxal que pareça, os que crêem em Cristo passam a ser morada, templo, habitação do Espírito Santo. Portanto, Deus está em nós pelo Espírito: "Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito" (Atos 2:19-22).

Então, que responsabilidade, não é? E que privilégio!




quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

De olho nas cegonhas






Quem já não ouviu falar que foi a cegonha que trouxe o bebê? Vi algumas destas aves bem de perto - e as fotografei (pelo menos tentei) - quando estive na Polônia, perto da cidade de Paslek. Fiquei reparando se alguma delas trazia no bico mais um filho ou filha para mim, que seria o terceiro, mas não foi daquela vez. Quando o salmista começa a falar da criação de Deus, ele cita a cegonha: "Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes" (Salmos 104:16 e 17).

As cegonhas que achei não estavam num cipreste, mas num ninho bem alto sobre a fiação elétrica. E elas têm algumas características interessantes, como a monogamia, que pressupõe a fidelidade, o intenso cuidado com seus filhotes e também com as aves mais velhas.

Lembrei das cegonhas porque eu e alguns familiares jantamos recentemente com uma amiga que mora na Polônia. E ela está ansiando pela visita da cegonha. E a melhor época para elas trabalharem na entrega dos bebês por aqueles lados é no verão: "Até a cegonha no céu conhece as suas estações; a rola, a andorinha e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do SENHOR" (Jeremias 8:7).

Pois é, o final deste versículo mostra que a cegonha sabe diferenciar as épocas, a mulher entende quando chega a hora do parto, mas muitos de nós não discernimos que os sinais que anunciam a volta de Jesus estão cada dia mais claros. Então, vamos dar mais atenção às cegonhas?

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Mais doces que a rapadura

Foi em Barbalha, no Ceará, que conheci um engenho de rapadura, daqueles ainda artesanais, de dar água na boca. Costumo brincar que a rapadura é doce, mas não é mole. Mas vi de perto que tudo começa na forma líquida, o caldo de cana, até chegar a parecer uma barra de ouro. São muitas horas no fogo, movimento constante nos tachos e funcionários conscientes da tradição da cultura da cana-de-açúcar.

Na Bíblia, usa-se a figura do mel para ilustrar algo doce, mas se a região do Cariri cearense já fosse conhecida nos tempos do rei Salomão, a melhor comparação seria a rapadura. Então, alguns versículos ficariam assim: "Palavras agradáveis são como favo de mel (rapadura): doces para a alma e medicina para o corpo" (Provérbios 16:24); "Filho meu, saboreia o mel (rapadura), porque é saudável, e o favo (caldo de cana), porque é doce ao teu paladar" (Provérbios 24:13).

Conjecturas à parte, o salmista Davi ensina que há fundamentos da nossa vida cristã que são muito mais importantes, e doces, do que o mel, os favos ou as rapaduras:"A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos. O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos. São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos (Salmos 19:7-10).







segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Fé x pessimismo

"Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele” (Marcos 11:22 e 23)

Todo ser humano deseja ter a sensação de estar com a vida sob controle (e não só a sensação). Ninguém gosta de se sentir fraco, derrotado, ou mesmo inseguro e dependente de alguém. Às vezes, encaramos nossas dificuldades como se não houvesse mais solução. 

A verdade é que nos envolvemos demais com os nossos problemas. Pensamos tanto a respeito deles que acabamos familiarizados com cada detalhe. Começamos a dar-lhes muita importância, de forma que começam a parecer maiores do que realmente são. Então, acrescentamos outros ingredientes: ressentimento, auto-piedade, medo de que algo pior nos aconteça, desesperança.

Somos influenciados pelo pessimismo que predomina na nossa sociedade. Estamos propensos a ver as coisas no seu aspecto mais desfavorável. Há uma mentalidade negativa que contagia, que projeta o mal. A manifestação disso está no desengano da vida, nas queixas de tudo, na desconfiança que temos nas pessoas, nos relacionamentos.

Quando Jesus não está no centro das nossas vidas, nos sentimos desencorajados, sem esperança. E Jesus nos ensina como combater essas atitudes pessimistas, fatalistas e derrotistas. A resposta não é o otimismo, que também é uma forma humana de ver as coisas, mas a e a CONFIANÇA EM DEUS.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Uma missão bem cumprida

Entre tantos personagens bíblicos inspiradores, gosto muito de João Batista, que foi levantado como mensageiro de Jesus, para preparar o caminho do Senhor, e pregava o batismo de arrependimento para remissão de pecados. Pregava a vinda de Cristo.

Quando começo a olhar para a vida de João Batista, encontro um homem que amava os perdidos, sabia o que era o principal, o que queria. Tinha uma causa a defender. E morreu por esta causa, decapitado. Ele foi considerado por Jesus como o maior membro da sucessão profética. “Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior que João, mas o menor no Reino de Deus é maior do que ele” (Lucas 7:26-28;16:16).

João foi um instrumento poderosamente usado por Deus em virtude dele mesmo saber quem era e reconhecer os seus limites e sua dependência do Senhor. A Bíblia diz que ele não operou nenhum sinal (João 10:41), mas que cumpriu cabalmente o seu ministério, completou a sua carreira (Atos 13:25).

Ele entendeu muito bem a ordem correta das coisas. Soube se colocar no lugar certo, compreendendo que Cristo é o Noivo e ele o amigo (João 3:29). Tinha uma vida tão comprometida com Deus e com seu reino que foi confundido com Cristo muitas vezes, como também Cristo foi confundido com João(Mateus 14:2; 16:14; João 1:19-28).

João Batista não era o profeta, mas apenas um profeta. Ele não tinha dúvida quanto a isso. A exclusividade pertencia a Jesus, o Messias. João estava com dois de seus discípulos e ao ver Jesus passar, disse: “Eis o Cordeiro de Deus”. Os discípulos ouviram isto e seguiram a Jesus.

Todas as coisas no universo devem estar voltadas para Cristo. Ele deve ser exaltado por tudo e por todos. Ele é o centro. Quando Jesus chega na nossa vida, ele passa a ser o nosso dono. O Espírito Santo assume o controle e passa a derramar o amor de Deus no nosso coração. E um dos efeitos desse amor é a preocupação com as pessoas.

O apóstolo João trata insistentemente do amor em sua primeira epístola. Ele chega ao ponto de afirmar que o amor pelo próximo é uma das provas genuínas da conversão. E isto é muito sério. “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1 João 3:14). Indo mais longe, João afirma que é impossível amar a Deus sem amar as pessoas e se entregar por elas. “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e que devemos dar a nossa vida pelos irmãos”. (1 João 3:16).

Ao ler estas passagens, somos levados a refletir se temos buscado os nossos próprios interesses ou não e se somos autênticos filhos de Deus, com vidas realmente transformadas por Ele. Quando pensamos em nós, percebemos que estamos devendo amor. E o que o inimigo de Deus quer é que nos sintamos vencidos quando falamos em evangelismo. O diabo quer minar a nossa fé e quer colocar em dúvida autoridade do próprio Deus.

Mas, para aqueles que desejam, o Espírito Santo derrama mais e mais amor, pela sua imensa misericórdia. É maravilhoso saber que há um Deus cheio de amor para dar!

sábado, 14 de janeiro de 2012

Quem ama, evangeliza

Mais do que um ato de obediência e fidelidade cristã, anunciar o Evangelho do Reino de Deus é amar. Deus todo-poderoso, o Rei, o criador de todas as coisas, o Senhor, o dono, o único Deus vivo, Deus conosco, providenciou uma solução divina para a minha, para a sua vida. Uma solução para a nossa solidão, para o nosso desconforto espiritual, para o buraco que existe em nós quando estamos longe dEle.

Jesus veio ao mundo, tomou a forma de homem, para morrer por nós, no nosso lugar. Outro igual a Ele não há. Capaz de se doar, se entregar para uma morte sofrida, humilhante, na cruz, indigna. A obra de Jesus foi perfeita. O amor de Deus pelo mundo já foi demonstrado com o feito mais espetacular de toda a história da humanidade. E todos precisam saber disso, para que Jesus volte.

Deus pensou no mundo, pensou em todas as partes dele. Jesus veio nos ensinar o que é o amor verdadeiro, genuíno, de se dar pelo outro, dar a vida pelo outro. E ele nos deixou algumas novas ordens: “Novo mandamento vou dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que vos ameis uns aos outros” João 13:34.

Como foi o amor de Jesus por nós? Um amor sacrificial, de se entregar, de se pôr à disposição, de dar tudo o que tem”. É esta a categoria, o nível do amor que Jesus nos ensinou. Não devemos pensar que é impossível para nós amar desta forma. Assim como é uma comparação. Sabe, Jesus fez o principal, amou ao mundo. E precisamos divulgar isto. Ele pede que amemos os que estão próximos de nós, as pessoas ao nosso redor, do nosso círculo de amizade, os nossos familiares, aqueles necessitados que temos a oportunidade de alcançar.

Nós temos o péssimo costume de ficar escolhendo a quem amar. Precisamos deixar de discriminar as pessoas, de colocar rótulos nelas. Temos mais facilidade para nos dar bem com as pessoas que se identificam conosco. E com isto, excluímos muitos dos possíveis evangelizados.

Esta é a mensagem da cruz: o Cristo que veio ao mundo, morreu por nossos pecados, ressuscitou, está à direita do Pai. E os que crêem nisso e recebem Jesus como Salvador de suas vidas têm a vida eterna. Os que não crêem já estão condenados.

Pregar é amar, é demonstrar interesse pelo outro, para que a pessoa deixe as trevas, a escuridão espiritual e seja transportada para o Reino dos Céus,  para uma vida ao lado de Deus. Esta deve ser a nossa motivação!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Pensando bem...

O livro de Eclesiastes expressa a situação do autor, Salomão, e de todo o homem que está afastado de Deus e busca uma restauração. Embora seja inspirado pelo Espírito Santo, o livro não representa a filosofia de Deus para nosso viver, mas leva-nos a uma profunda reflexão sobre o sentido da vida.
Veja o texto de Eclesistas 11:9 a 12:1: ""Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade. Anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos, mas sabe que por todas estas coisas te trará Deus a juízo. Afasta, pois, a ira do teu coração, e remove da tua carne o mal, pois a juventude e o vigor são vaidade. Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venha a dizer: Não tenho neles contentamento…”

Nestes três versículos, a ordem é temer a Deus, ou seja, levá-Lo a sério, sabendo que um dia iremos prestar contas de todos os nossos atos e pensamentos. O temor envolve reverência, respeito a Deus, à Sua santidade e às Suas coisas. Onde há temor, há pontualidade, há zelo, há disposição para ser discípulo. 

Quando somos jovens, temos a tendência de pensar que o temor não é importante e que pode ser deixado para mais tarde. Por isso, esta época é chamada por Salomão de vaidade, que vem do latim “vão”, que significa vazio, vácuo, oco. Uma época onde geralmente não valorizamos o que é importante e vivemos de uma certa aparência.

Então, não devemos deixar os anos passarem e os problemas e dificuldades aumentarem, mas lembrarmos hoje quem é nosso Deus. É tempo de pararmos, considerarmos, tomarmos uma atitude diante daquele que é o Senhor sobre todas as coisas e que quer reinar sobre nossas vidas!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Diálogo com um missionário

A sede dos países latino-americanos por fazer missões, por cumprir a ordem de Jesus, tem inspirado igrejas e líderes em todo o mundo, mas também os erros cometidos se avolumam na proporção em que um batalhão de obreiros avança por caminhos já conhecidos e outras regiões inóspitas.

Não precisamos de muito esforço para encontrar desde missionários que foram abandonados por suas igrejas aos que se encantam pelo dinheiro. O mais triste é ver pessoas vocacionadas, bem preparadas até, que se vêem obrigadas a deixar o ministério para sustentar a família ou completar a renda da casa. Talvez seja mais fácil entender através deste diálogo que tive pela internet com um missionário, enquanto eu morava em Portugal. Preservei o nome dele e o lugar onde mora. As falas do missionário estão em preto e as minhas em vermelho:

- Olá, Marcus, como está? Quanto tempo hein...
- Pois é. Como estão as coisas por aí? E a esposa?
- Bem, está vendo o sorriso dela (na foto)? Estamos bem melhor agora. Li seu e-mail, como foi a visita do pastor e os batismos?
- Tudo ótimo. Recebemos a visita da nossa liderança de Bauru e tivemos um tempo muito abençoado. Foram 3 batismos.
- Olha só, que bom!
- Mas valeu muito também pela comunhão.
- Sim, com certeza. Por aqui estamos orando ainda em relação a abrir um trabalho. Mas estamos trabalhando com o pessoal de uma missão, e as coisas têm corrido bem.
- Agora vamos implantar mais alguns grupos nas casas.
- Ótimo, isso é sinal de benção sobre suas vidas. Há muitos meses não falamos com nosso pastor.
- Por que essa dificuldade? Mas mantém contato por e-mail...
- Somente com o líder de missões. Tivemos muitas dificuldades aqui e não fomos socorridos. Isso nos magoou muito. Agora estamos bem, não temos ressentimentos. Porém, tivemos muitas dificuldades, inclusive doenças aqui e nunca recebemos um telefonema.
- Vocês foram enviados pela igreja?
- Sim.
- Sabe, as igrejas locais precisam entender que enviar tem um sentido amplo, que significa não só orar, mas acompanhar, manter contato, orientar, suprir emocionalmente E FINANCEIRAMENTE. É coberta completa.
- Sim, e aqui fui trabalhar na roça para poder comer , pois não tínhamos nada. Então adoeci. Fiquei sem dinheiro para pagar renda, alimentação, remédios.
- Tenho encontrado muitas pessoas na mesma situação que a sua. Com esta experiência sua, é preciso ensinar nossas igrejas e os líderes.
- E liguei para o pastor. Quando disse que havia trabalhado na roça, ele riu. O pastor disse-me para orar mais, pois era falta de fé de minha parte, segundo ele. O líder de missões foi quem se esforçou um pouco depois e nos mandou algo. Mas mesmo assim essa ajuda foi esporádica e incerta. Foi muito difícil.
- E agora, como está?
- Agora, nos mandaram 180 euros mês passado. E disseram que vão mandar mais este mês.  Estou aguardando.
- Como você tem se agüentado aí?
- Pois eu e a minha esposa estamos desempregados no momento. Estive a trabalhar no verão e ela também.
- Vocês estão legais no país?
- Não, nosso visto venceu. Não pudemos renovar.
- E a missão que estão envolvidos, ajuda vocês?
- Foi a benção que Deus preparou para nós aqui. Nos ajudaram e nos ajudam muito.
- Inclusive financeiramente?
- Sim, quando preciso algumas pessoas ajudam. Não a missão em si, mas alguns componentes dela. Olha, quando fomos enviados para cá foi para cuidar de uma igreja que já existia aqui. Mas na verdade era uma tremenda falcatrua. O cara era um picareta, totalmente enrolado. Não havia igreja, devia para todo mundo e fugiu para a Espanha. E nós ficamos aqui, sem conhecer nada nem ninguém. Sem documentação, sem emprego, e sem ajuda.
- Como posso te ajudar?
- Por enquanto bastam suas orações e sua amizade. Isso é muito importante para nós.  Para o futuro não sei ainda, não sei nem que faremos. Mas tenho a certeza de que Deus nos direcionará. Um dia quando tivermos a oportunidade de conversarmos pessoalmente eu lhe conto tudo em detalhes.
- Meu irmão, força aí e mantenha seus olhos em Jesus. Confesso que fiquei com muito desejo de visitá-los para estarmos juntos, mas Deus há de preparar. O que você precisar, conta com a gente.
- Agradeço mais uma vez. Que Deus os abençoe grandemente, como tem feito até agora. Fique bem e mande um abraço para a Cássia.
- Abraço pra sua esposa também. Que a paz de Cristo invada os seus corações.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

No meu, Ele já está!

Completei 16 anos de casado em dezembro passado, e tenho uma cópia das palavras ditas na cerimônia. Penso que todo casal precisa se lembrar sempre dos votos feitos naquele dia, do compromisso assumido diante de Deus, das autoridades e dos convidados.

Hoje, infelizmente, vivemos em uma sociedade em que há casamentos descartáveis, casamentos que existem somente para satisfazer as necessidades de cada cônjuge, separadamente. Mas o casamento para Deus vai muito além disso. Deus instituiu a união do homem e da mulher para que eles fossem abençoados através deste mútuo relacionamento. Porque Deus sabia que a família sendo abençoada, acabaria abençoando também toda a sociedade humana. 

Separei um trecho da mensagem de Edy Chagas:

"Nós sabemos que o amor humano é muito falho, frágil, por isso nós precisamos de Deus, do amor que vem de Deus, o amor ágape, aquele que está descrito em I Coríntios 13, que é o texto talvez mais bonito que eu conheço, que fala sobre o amor.  E que a Cássia me contou que tanto gosta.
O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, diz: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transpor montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (1 Coríntios 13:1-3).
E eu gostaria de refletir um pouco mais sobre este texto, incluindo nele fatos cotidianos. Ainda que eu trabalhe todos os dias, desde bem cedo até o anoitecer, e traga todos os bens que eu possa comprar para a casa, e encha minha casa destas coisas importadas que nós temos agora nas lojas, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.
Ainda que eu tenha a casa repleta de amigos, de música, que faça festas intermináveis, no Natal encha a minha casa de luzes, de enfeites, de comida, de presentes, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.
Ainda que eu coloque alvos bem específicos e trace planos bem definidos, com toda minha inteligência, minha capacidade, e me esforce ao máximo para cumprir os meus planos, se não tiver amor, eu nada conseguirei.
E voltando ao texto, o amor verdadeiro, só Deus pode nos dar. Por isso Deus tem que estar em todos os momentos no casamento. O amor de Deus é assim, ele continua descrevendo aqui em 1 Coríntios 13:4-8 (os grifos são explicações de Edy): “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece (não se vangloria, não se torna soberbo, orgulhoso), não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses (não quer ser feliz sozinho, quer fazer o outro feliz, não quer ser entendido, quer entender, não quer ser servido, mas servir, não quer receber, mas dar) , não se exaspera, não se ressente do mal (não fica magoado, dias e dias emburrado, sem falar um com o outro, mas perdoa e esquece, quantas vezes foram necessárias); não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba”.
Este é o amor que vem de Deus. E só em Deus podemos tê-lo. Por nós mesmos não podemos. É por isso que, quem sabe, muitos casamentos não continuam por muito tempo. Porque não têm este tipo de amor, não têm Deus, não se lembram de Deus. Sem Deus na nossa vida e no nosso lar, este amor é impossível de obter".

Que tal colocar Deus no seu casamento? No meu, Ele já está!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Da morte para a vida

Estava num velório e a irmã do morto gritava assim: "Acabou, acabou, acabou mano, mano, mano, mano, mano. Acabou!". Passavam-se alguns minutos e ela voltava com aquela voz estridente: "Acabou mano, acabou, acabou". Entendo que aquela sequência de palavras realmente expressava a dor daquela mulher, diante da separação. A verdade é que não fomos feitos para morrer, mas para viver eternamente. Por causa do pecado, veio a morte, e com ela o nosso inconformismo diante desta realidade. "O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 6:23).

Mesmo que a medicina avance ainda mais, num aumento contínuo da expectativa de vida, continuaremos a tombar no campo de batalha. "Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte" (Eclesiastes 8:8). Deus, que sabe quantos fios de cabelo temos, sabe também os nossos dias. Por isso o salmista faz um pedido especial: "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio" (Salmos 90:12).

Sinceramente, não sei se existe morte mais bonita ou mais feia. Sei que a morte existe e que ela chega para todos. Para o rico, para o pobre, para o humilde, para o orgulhoso, para a criança, para o idoso. Aprendi também que Deus aprecia quando chega a hora de estar junto, para sempre, dos que crêem nEle, na obra do Seu Filho, na ação do Espírito Santo. "Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos" (Salmos 116:15).

Cristo nos garante a vida eterna. É Ele quem venceu a morte, pois ressuscitou, e nos fez vencedores também: "De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia" (João 6:40).  O apóstolo João, ao ter a visão descrita em apocalipse, registra: "Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno" (Apocalipse 1:17 e 18).

A Bíblia garante que podemos ter convicção da vida eterna. Para que alguém seja salvo (torne-se filho de Deus ou nasça de novo), precisa se arrepender do pecado da rebelião, que é achar que pode viver de modo independente de Deus. Todos somos pecadores e precisamos de arrependimento: "...pois todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3:23). A nossa fé precisa ser colocada em Jesus, não em coisas, religião, méritos próprios. Uma vez que Cristo levou nosso pecados na cruz, Ele é o único que pode nos salvar. E, assim, entregamos a nossa vida a Jesus: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome" (João 1:12).

Você tem esta convicção?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A mulher do ácido

Conheci uma moça que cometeu um grave engano, que poderia tê-la matado. Ela bebeu ácido enquanto trabalhava numa fábrica de acessórios para sapatos. Quando chegou pela manhã, colocou sua garrafa d´água na geladeira da empresa. Acontece que o patrão também tinha guardado o ácido, usado para dar mais brilho aos metais, num recipiente parecido e no mesmo local. Ao ter sede, ela pegou a garrafinha de ácido e, num só gole, tomou mais da metade. Percebeu que a água estava com um gosto estranho, mas a sede era tanta que seguiu adiante. Sabe o que isto causou? Diarreia e nada mais.

Ao saber da história, lembrei-me na hora do que Jesus disse: "Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados" (Marcos 16:17 e 18).

Assisti a um documentário sobre igrejas onde o ápice era manusear serpentes, para "provar" que, mesmo picadas, as pessoas viveriam. Mas um dos integrantes morreu, após abusar daqueles animais peçonhentos. O versículo fala da proteção de Deus enquanto o evangelho está sendo pregado em todo o mundo, enquanto obedecemos o "ide". Não é simplesmente um exibicionismo ou coisa parecida.

O campo missionário da mulher do ácido era o seu trabalho. Ali ela testemunhava sobre Cristo, a Sua obra, a Sua vida, morte e ressurreição. Assim ela foi salva da morte. E se Jesus falou, muitos outros também serão, como também serão libertos de demônios e curados!

domingo, 8 de janeiro de 2012

A coisa é séria

Uns amigos convidaram o meu caçula para o ir ao shopping center e ficaram de informar por telefone a hora que poderiam pegá-lo. Esse menino não deu sossego o dia inteiro. Cada vez que o telefone tocava, ele corria para atender. E se outra pessoa da casa chegava primeiro, queria saber quem era do outro lado da linha. Ficou assim até o final da tarde, quanto ele já estava perdendo a esperança e nós não aguentávamos mais o stress. Enfim chegou a esperada ligação!

Semana passada, ouvi um pai dizer para outro que só combinasse com seu filho de levá-lo para passear quando fosse mesmo. É que dias atrás o convite não pôde ser cumprido e a criança ficou decepcionada com a promessa não realizada. Sei que ocorrem contratempos, mas temos que levar a sério aquilo que falamos. "Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno" (Mateus 5:37). 

Se eu acerto algo com alguém, procuro cumprir. Caso ocorra alguma situação inesperada, tenho a obrigação de informar imediatamente. Parece que não é necessário esse cuidado, soa como exagero, mas prefiro assim. "É bom ser sempre zeloso pelo bem" (Gálatas 4:18). "No zelo, não sejais remissos" (Romanos 12:11).

E quando se trata de "combinar" algo com nosso Deus, não podemos mesmo vacilar. "Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes" (Eclesiastes 5:4).

sábado, 7 de janeiro de 2012

O que estamos cultivando?

Uma planta que gosta de muita luminosidade, bastante sol, especialmente o da manhã. É assim em meu quintal. Até tirei várias fotos! A estrelícia, como é conhecida, está lá, radiante, produzindo várias flores ao mesmo tempo, o ano inteiro.  É chamada também de ave-do-paraíso, porque se assemelha a uma ave, toda colorida. Mas posso te garantir uma coisa, ela logo vai murchar, vai secar.

Assim acontece com o homem, que um dia é jovem, cheio de vitalidade, mas depois vai envelhecendo, perdendo a força. O apóstolo Pedro compara a flor à nossa vida. "Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada" (1 Pedro 1:24 e 25).

O mesmo sol que faz a planta mostrar suas lindas flores também a ajuda a secar. É uma realidade. Tiago faz uma advertência aos que colocam sua esperança nas riquezas, porque elas são como as flores. "Porque o sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca, e a sua flor cai, e desaparece a formosura do seu aspecto; assim também se murchará o rico em seus caminhos" (1 Pedro 1:11).

Será que estamos confiando demais em nossa saúde ou em nosso dinheiro? Cuidado, porque eles passam. Por isso, precisamos cultivar o que tem valor eterno!








sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O guarda perfeito

De repente um barulhão no portão de casa. Levantei assustado, tateando as paredes para acender as luzes. O relógio marcava duas e meia da madrugada. Olhei pela janela da sala e logo vi o portão da garagem, que é elétrico, entreaberto, fora dos trilhos, com o suporte da máquina arrebentado. Não foi difícil concluir que era um ladrão (ou ladrões), que fugiram por causa do barulho que eles mesmos fizeram e ainda por causa de uma luz de presença que tenho por ali. Se não fosse isso, teriam levado bem mais do que a bicicleta que meu filho mais velho tinha ganhado no Natal. É um sentimento de desrespeito que nos invade, de incapacidade diante da ousadia do mal. Por isso é que João escreve: "O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir!" (João 10:10 - primeira parte do versículo).

E me permitam ir mais adiante. Houve um certo descaso também dos policiais, que além de demorarem uma hora para chegar à minha casa, ainda demonstraram um certo desdém porque "furtaram uma bicicleta". No dia seguinte, ao fazer o boletim de ocorrência, na Polícia Civil, o escrivão disse que a perícia não seria necessária porque eu já tinha arrumado o portão. Mas é claro, imagine ficar com o portão arrombado. Consertei naquela mesma noite, com várias marteladas, e parece que os vizinhos não se incomodaram, pois só um procurou saber o que se passava.

Justo naquela noite, o segurança particular que transita pelo bairro não trabalhou porque tinha sofrido um acidente de moto. Mesmo assim, ele se prontificou a falar com "conhecidos" para saber se a bicicleta já tinha sido oferecida em algum ponto de venda de droga ou coisa parecida. Juntando estes fatos todos, temos um retrato - bem ameno - da sociedade em que vivemos. 


Agora chegou a vez da segunda parte do versículo 10 do evangelho de João: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (João 10:10). Pois é, enquanto há o vislumbre de destruição por um lado, temos do outro a segurança que vem de Jesus. "É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel" (Salmos 121:4). A certeza de que não precisamos viver amargurados, tristes, mas gozar da abundância que vem do alto, mesmo diante de circunstâncias difíceis. 

Precisamos fazer a nossa parte nos cuidados com os bens que Deus coloca à nossa disposição: cadeados, grades, cercas elétricas, alarmes, seguro. Mas posso te garantir, como diz o salmista: "Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela" (Salmos 127:1).

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Eles sabem mais que nós

Tenho sido inspirado imensamente a servir ao Senhor por pessoas bem mais velhas que eu, em sua maioria. O entusiasmo, a disposição para o trabalho, uma simples correção ou as palavras sábias dos que me cercam sempre estão carregadas de muito amor e de ensinamentos para que eu possa remir melhor o tempo que me resta. Dias atrás, partiu um dos metres, Dr. Douglas Pereira de Oliveira, aos 85 anos.


É difícil para mim aceitar que possamos nos aposentar da vida cristã na nossa velhice. No livro “Diga não ao comodismo e volte pra corrida” o autor Merlin Carothers diz que “Deus nos oferece galardão, e não aposentadoria”. Aliás, não gozaremos aposentadoria nem na terra e nem no céu, pois lá “reinaremos com Ele” (2 Timóteo 2:12), enquanto aqui somos enviados a cumprir a ordem: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mateus 28:19,20).


Portanto, a garantia da presença de Jesus conosco se dá quando O obedecemos. E é inspirador andar com homens e mulheres, já avançados em idade, que não perderam esta visão. Como o apóstolo Paulo diz em Efésio 4:1: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados”. E que mesmo diante das dificuldades que com o passar dos anos nos pesam, mantêm o ânimo: “Corramos com perseverança a carreira que nos está proposta” (Hebreus 12:1).


Àqueles que decidem servir a Deus enquanto viverem, há o amparo divino: “Faz forte ao cansado, e multiplica as forças aos que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas o que esperam no Senhor renovam as suas forças , sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Isaías 40:29-31). 


Assim, desejamos que os nossos velhotes que estão cansados no corpo e no espírito voltem para a corrida espiritual, pois Deus é quem pode operar uma incrível revitalização. E assim teremos mais soldados na linha de frente. “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para podermos ficar firmes contra as ciladas do diabo” (Efésios 6:10,11). 


É dever da igreja acolher estes que se sentem rejeitados, frustrados e ajudá-los a participar ativamente do Corpo de Cristo. Assim, a promessa para todo o justo, contida no Salmos 92:13 e 14, há de se cumprir:  “Na velhice ainda darão frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça”.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Eu quero, mas será que preciso?

"Olha pai, é disso que estou precisando!". Foi a frase do meu caçula ao ver na televisão a propaganda de uma empresa que emprestava dinheiro. "É só chegar lá e pegar quanto quiser, não é pai?". Tive que explicar que as coisas não funcionam bem assim, que você empresta um valor e depois tem que pagar muito mais por causa dos juros, que isso e que aquilo. Ele pensou um pouco, "decidiu" não fazer o tal empréstimo e calculou que com os R$ 32,00 que tinha ganho na época do Natal já dava para comprar o brinquedo que desejava. Ele é do tipo que precisa investir logo suas economias.

Aprendi nesta questão financeira que existe uma diferença muito grande entre necessidade e desejo. Há coisas que são essenciais para minha sobrevivência e disso não posso abrir mão. Existem também tantas outras que eu gostaria de ter, mas que não posso comprar, e que não me trazem tantos benefícios. Por isso, procuro resistir àquelas compras sob o impulso do momento ou ainda à influência dos apelos comerciais. "Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?" (Hebreus 13:5 e 6).

O problema do homem não é o dinheiro em si. Convenhamos que ele é neutro e nos ajuda muito. A questão envolve amar o dinheiro, atitude que está ligada à avareza, ao egoísmo, traz preocupação, é a raiz de todos os males. O cristão precisa se lembrar sempre que o dinheiro é de Deus, que somos apenas mordomos que devem administrar bem (e não ficar preso em dívidas). O plano de Deus para o dinheiro, além de suprir nossas necessidades, é também suprir as necessidades de outros por nosso intermédio e sustentar o ministério de Deus no mundo.

"De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores" (1 Timóteo 6:6-10).

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Jesus, o Fulano e eu

Cheguei animado a uma cidade perto de Bauru, para uma reunião, e a primeira pessoa que eu encontrei perguntou: "E o Fulano, não veio? Ele não tinha dito que viria hoje?". Tentei explicar que Fulano não pôde comparecer e que eu estava representando-o, mas foi em vão. Precisei aguentar aquela expressão fechada durante todo o encontro, como se eu tivesse feito algo errado. Justo eu que só queria ajudar a outra pessoa que teve um contratempo.

Não são poucas as vezes que somos incompreendidos e até rejeitados. O problema é a maneira como lidamos com isso. Um extremo é considerar-se superior ("Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança e não pende para os arrogantes, nem para os afeiçoados à mentira" - Salmos 40:4), o outro é pensar que sou um coitadinho, que não tenho espaço, que tudo acabou para mim. É preciso que haja equilíbrio ("Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um" - Romanos 12:3).

Olhando para Jesus vemos que Ele fez o que precisava ser feito e não foi detido pelos comentários negativos (e nem positivos). Imagine ser rejeitado pelo seu próprio povo, Israel, ou mesmo por aqueles que foram beneficados por seus milagres. Jesus sabia que isto aconteceria e até preparou os seus discípulos: "Então, começou ele (Jesus) a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem sofresse muitas coisas, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, fosse morto e que, depois de três dias, ressuscitasse" (Marcos 8:31).

Quando escutei "e o Fulano não veio?" parece que ganhei uma força extra, um ânimo novo, e me lembrei que, na verdade, a minha presença naquela casa não era tão importante, mas que Jesus precisava ser reconhecido lá. E como eu O tenho em minha vida e sou um embaixador dEle, as pessoas precisavam ouvir o que o "rejeitado" tinha a dizer. Termino com o apóstolo Paulo, que é mestre neste assunto: "...pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo" (Efésios 6:20).

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O Big Brother da vida cristã

Estava posicionado para tirar uma foto quando alguém atrás de mim disparou: "Isto está parecendo o Big Brother". A pessoa se referia àquele programa de televisão onde as pessoas ficam confinadas e as várias câmeras mostram o dia-a-dia dos participantes. Mas eu estava numa reunião da comunidade cristã que frequento. E, mesmo assim, não deixei de registrar o momento. Aquele sentimento demonstrava talvez a preocupação da foto cair na rede social ou ser publicada num jornal interno. É um exemplo, no meu entendimento, de como preferimos passar anônimos diante dos fatos e dos acontecimentos.

Os cristãos (pequenos Cristos) são a luz do mundo, como disse Jesus: "Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5:14-16).

Sei que naturalmente as pessoas são intimidadas pela câmera fotográfica ou filmadora. Começamos a gravar as reuniões aos domingos para a TV CMC e quando alguém percebe que está sendo focado a expressão muda na hora. No entanto, se formos pensar bem, estamos sendo observados a todo momento, mesmo quando não há uma câmera apontada para nós.

Por isso é que o autor de Hebreus nos transmite a ideia de que uma multidão assiste à nossa corrida espiritual: "Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus" (Hebreus 12:1 e 2).

Acho que não é nenhum exagero dizer que estamos no Big Brother da vida cristã, pois além da sociedade nos observar, não podemos esconder nada de Deus: "Os olhos do SENHOR estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons" (Provérbios 15:3). O salmista Davi reconhece: "SENHOR, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos" (Salmos 139:1-3).

Quando o profeta Zacarias tem a visão de um candelabro de ouro, com sete lâmpadas e sete tubos, o anjo explica: "Aqueles sete olhos são os olhos do SENHOR, que percorrem toda a terra" (Zacarias 4:10). Nem a melhor câmera já fabricada pelo homem enxerga com tanta perfeição e tão longe. Por isso, viver Jesus é um show para toda a humanidade, com o próprio Cristo nos vendo e estando conosco.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Os planos de Deus e os nossos

Preparei o fundo de minha casa pensando no fim do ano. Mandei fazer uma área cimentada para a molecada jogar basquete. Ficou do jeitinho que eu pensava. Impermeabilizei o piso, cortei a grama, instalei holofotes para o caso dos esportistas avançarem pela noite. Eu só não contava com uma situação: a chuva. Com o piso impermeabilizado, a quadrinha vira um sabão...

A minha esposa e as outras mulheres da família são ótimas cozinheiras e das mãos delas saíram pratos deliciosos. Bacalhau com natas, massas, pães, etc e etc. Mas um pouco antes do jantar da virada, um dos participantes precisou ser levado ao pronto-socorro, pois começou a passar mal. Depois disso, a comida saborosa já não tinha o mesmo gosto.

Alguns podem pensar que esta não é a melhor maneira de começar um ano, mas quem é que pode prever estas situações, senão o próprio Deus? A verdade é que "o coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR" (Provérbios 16:1).

Tiago, em sua epístola, nos lembra que a vontade soberana de Deus sempre vai prevalecer. E que nós devemos procurá-la: "Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo" (Tiago 4:13-15). Que assim seja em 2012.