quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O caminho da submissão

A ênfase da carta aos Hebreus é a perseverança. Os judeus que tinham se rendido a Cristo não deveriam recuar na sua fé e ter a alma destruída, mas sim vigiar até o fim. O capítulo 13 é o último e traz várias recomendações, inclusive do nosso esforço para agradar a Deus, que envolve o sacrifício de louvor, a prática do bem, a cooperação mútua e necessidade do entendimento e do exercício da autoridade espiritual. Por três vezes neste capítulo o autor cita a relação entre os guias, os líderes, e seus liderados, o pastor e suas ovelhas (v. 7, 17 e 24).

Preste bem atenção em Hebreus 13:17: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”.

A autoridade espiritual vem de Deus e flui através da humildade e submissão ao próprio Deus, como pode ser visto em Jesus. O contrário disso é a rebelião, uma das grandes mentiras do diabo, onde cada um é dono de sua própria vida. O individualismo é o grande problema.
Sendo Deus o criador, dono e sustentador de tudo que existe, o homem se rebelou contra a autoridade de seu Criador e vive fazendo o que lhe dá vontade. Não cuida da criação de Deus. Não consulta a Deus. Apropria-se das coisas como se lhe pertencessem. Polui e destrói a terra, maltrata seus semelhantes sem considerá-los criados à imagem de Deus. Vive para si mesmo.

A rebeldia é o sentimento de independência, de ser seu próprio deus, ou seja, de governar sua própria vida – é o pecado do qual precisamos nos arrepender. É a rebeldia que leva a todos os outros pecados que cometemos.

Deus é a autoridade máxima sobre todas as coisas. Quando Satanás intencionou estabelecer o seu trono acima do trono de Deus, violou a autoridade divina indo contra o próprio Deus. Nada sobrepuja a autoridade de Deus.

O exercício da autoridade se completa através do entendimento de que Deus delegou Sua autoridade, no nosso caso, às lideranças espirituais. E Ele quer que pratiquemos esta verdade, para o nosso bem. E não se consegue viver dessa forma se não nos humilharmos.
OBEDECER

É uma atitude exterior (conduta), em resposta a uma palavra enunciada, uma ordem. Indica estar de acordo, acreditar, ter confiança, ou mesmo ser conquistado como resultado da persuasão, permitindo-se ser conduzido.
A palavra obedecer não te dá margem de manobra e persuadir parece mais suave. No entanto, tem a ver com o coração, com a atitude (Eu, voluntariamente, me deixo persuadir, me convencer por meus pastores).

Deus não se agrada de um coração amargurado, pois todo coração “amargurado” contamina. Terno, nobre e que não resiste, assim deve ser nosso coração.
GUIAS

São os líderes, sendo que o mesmo termo aparece nos versículos 7, 17 e 24 do capítulo 13. Pedro, em sua primeira carta, desafiou seus companheiros presbíteros a "apascentar o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele" (1 Pedro 5:2). Deus confiou-lhes a autoridade e a responsabilidade de conduzir o rebanho. Os pastores são responsáveis pela forma como lideram, e o rebanho pela forma como segue (Hebreus 13:17).

No Reino os pastores não são dominadores (Lucas 22:26 e 1 Pedro 5:3), servem, preocupam-se com as pessoas e não com a organização, lideram pelo exemplo de uma vida reta, alimentam o rebanho pelo ensino da Palavra. Jesus usava a metáfora do pastor, que supervisiona o rebanho de Deus, guia, alimenta, conforta, corrige, protege.

O líder não pode se esquecer que antes de tudo é uma ovelha e precisa ser pastoreada, precisa ter um coração humilde, pois a entrada no Reino se dá como ovelha. Jesus é a porta para o Reino, é o Cordeiro que venceu para abrir o livro e os sete selos (Apocalipse 5), para mudar nossa história. E Ele merece todo louvor, honra e glória…
SER SUBMISSO

Rendido, dobrado diante da autoridade, que desiste de um propósito e presta-se a outro. A submissão trata com o orgulho, com o individualismo. E um coração como o de Jesus é que vai enfrentar Satanás. Este coração Deus provê.
A submissão é uma questão de atitude, um princípio. É mostrada como algo que se oferece a outra pessoa e não algo que se exige de outro. A vontade de Deus passa a ser o centro de tudo. Viver no Reino de Deus é quebrar nossa própria vontade, subjugando-a à vontade soberana de Deus.

A submissão exclui o “eu”. Se o ego não for mortificado, nunca haverá submissão. A vida na carne impede a submissão. A submissão só se torna possível quando se vive no Espírito. Quando nos convertermos, nos humilhamos, tornamo-nos mansos e nos colocamos debaixo do jugo de Cristo. Se alguém não se submete, não se humilha, pode entrar para a igreja, mas não no Reino de Deus.
Devemos desejar a submissão, buscá-la. E isto passa pela quebra do nosso orgulho, pela nossa humilhação (esforço). Submissão é dar obediência lúcida e inteligente à autoridade estabelecida por Deus. Não é uma atitude exterior apenas, mas uma atitude interior. Para se submeter é preciso se humilhar. O nosso melhor exemplo é a morte do Senhor Jesus, a maior expressão de sujeição à autoridade.

A humilhação opera milagres extraordinários, traz o favor de Deus, coloca em xeque o orgulho. O próprio Deus protege os corações dos humildes e os exalta.
“Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tiago 4:6). Antes de Deus resistir ao diabo, Ele resiste ao soberbo. O maior problema de Deus não é o diabo, mas os soberbos. “A soberba precede a ruína e a altivez de espírito, a queda” (Provérbios 16:18). “Mas Deus dá graça aos humildes”. Depois de resistir aos soberbos, Deus honra os humildes. O favor de Deus e a abundância do Seu Reino estão ligados com um coração purificado de arrogância e do orgulho.

“Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti a diabo e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7). É a capacidade de enfrentarmos com humildade as provas de Deus. Deus prova os corações. Revela-se como oleiro, que sabe tratar das nossas feridas. A resposta para se sujeitar é humilhação. Sujeição é estar comprometido com o tratamento de Deus na nossa vida. Não é que vamos fazer a obra de Deus. Somos a obra de Deus. Quebrar esquemas de orgulho envolve provas que muitas vezes não compreendemos e pelas quais jamais imaginaríamos que fossemos passar. Situações que afrontam nossos pontos fracos e que provocam nosso senso de justiça humana.
“Resisti ao diabo e ele fugirá de vós” é a última parte. Quando nos sujeitamos, há uma plataforma de autoridade construída. Quando suportamos o tratamento de Deus, a correção divina, o diabo não tem onde pegar e aí são derrubadas fortalezas, o diabo foge. “Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará” (Tiago 4:10).

VELAM POR VOSSA ALMA
Indica proteção, pois velar é vigiar, assistir.  Retrata um pastor que, com cuidado e sacrificialmente, vigia o seu rebanho. His concern for wolves coming in to snatch the sheep cause him to go without sleep and strain at discerning any cause of trouSua preocupação com os lobos vindo para arrebatar as ovelhas leva-o a ficar sem dormir. The word is also used militarily in soldiers guarding their post, keeping vigilance lest the enemy sneak into their midst to causeO termo também é usado militarmente em soldados que guardavam o seu posto, mantendo a vigilância para que o inimigo sorrateiramente em seu meio de causar danos. Here it is keeping watch, "over your souls," which is another way of expressing the whole person in this context.
Por isso, o pastor cuida da Palavra de Deus, da centralidade de Jesus, rechaçando toda doutrina perigosa e falsa, observando o relacionamento entre os irmãos, para evitar comportamentos enganosos e divisões.

COMO QUEM DEVE PRESTAR CONTAS
Trata-se da responsabilidade diante de Deus, sobre o rebanho. Pastorear é uma tarefa gigantesca, mas que traz a rica recompensa da imarscescível coroa da glória que será concedida pelo Supremo Pastor (1 Pedro 5:4).

Assim, a ovelha deve se tornar conhecida do seu pastor, orar pelo seu ministério, prestar contas a ele, para que assim o pastor tenha condições também de prestar contar a Deus.
FAZER COM ALEGRIA E NÃO GEMENDO

A atitude dos membros é essencial para que o líder tenha prazer no exercício de suas responsabilidades. O trabalho do pastor deve trazer-lhe uma alegria em ir. O contrário é indício de que algo está errado, seja em sua vida espiritual ou a espiritualidade do corpo da igreja.
B. When there is joy in ministry and those who are being ministered to, it will bring spiritual growth to both parties.-    Quando há alegria no ministério e nas vidas daqueles que estão sendo ministrados, haverá crescimento espiritual para ambas as partes. O resultado final é o crescimento da igreja (espiritual e fisicamente), porque todo o povo ficará animado sobre Jesus Cristo e Sua igreja. When people get excited, other people take notice. Quando as pessoas se animam, outras pessoas tomam conhecimento.

PORQUE ISTO NÃO APROVEITA A VÓS OUTROS
A desobediência e a rebeldia são prejudiciais, uma vez que revelam uma ovelha sem cobertura, imatura, infrutífera. Saul, por exemplo, perdeu o reinado por desobediência (1 Samuel 15:22 e 23).

O que traz alegria ao líder é ver Cristo sendo formado. O lucro é ajudar as pessoas a não recuar na fé, mas perseverar até o fim e preservar a alma (Hb. 10:39).
A última parte deste versículo nos lembra que como o corpo de Cristo, dependemos um do outro. Os líderes não estão fora do corpo. Em vez disso, a saúde e a maturidade do corpo dependem tanto dos líderes como daqueles que o seguem e se submetem à obra do Espírito na vida uns dos outros. Este tipo de submissão mútua leva a alegria para os líderes e também os lucros a seguir.

Se obedecemos (Hebreus 13:17) e nos sujeitamos, não passamos por várias situações difíceis e constrangedoras. E colaboramos com nossos líderes!
Quem me pastoreia, a quem sou sujeito, quem conhece a minha vida, as coisas íntimas do meu coração?

Estar submisso e obedecer é salvação para nós, nossa família, para a igreja.

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