Entre tantas lições que tenho aprendido sobre a obra missionária, uma das principais é que quando Deus envia um obreiro, a primeira pessoa que Ele quer tratar, curar e até salvar é o próprio missionário. No campo, não escapamos da forja.
Para servir com excelência, precisamos:
1 – crescer na graça
2 Pedro 3:18: “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. Em Lucas 2:52, vemos que “Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens”.
O ministério exige conhecimento, mas crescer na graça traz o equilíbrio à nossa saúde espiritual. É o crescimento de forma sustentada, graça e conhecimento. Quando investimos na graça, o conhecimento é acrescentado. Quando perdemos a graça, nos tornamos estrelas.
2 – saber nosso lugar
1 Coríntios 3:9: “Porque de Deus somos cooperadores, lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” .
Quando chegamos a um ambiente que não conhecemos, temos a tendência de nos retrairmos. A um país diferente então... Somos estrangeiros, imigrantes, e brasileiros. Mas Jesus também imigrou, da pátria celestial para a terra. Também soube o que era ser refugiado, foi um fugitivo no Egito.
Não podemos ficar intimidados. Temos que lutar contra o pessimismo. Nos lembremos que somos filhos: conhecidos, escolhidos, desejados, amados, aceitos, redimidos, criados, guardados, chamados, justificados, renascidos, capacitados, santificados e glorificados!
Como diz em Efésios 1:3: “Bendito o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”.
3 – ser humildes
Quando saímos da nossa zona de conforto e influência, precisamos começar tudo de novo. É como uma criança, aprender novamente. Nos desvestimos daquilo que pensamos que somos e temos, de todas as nossas medalhas. As pessoas já não nos conhecem, não sabem do nosso passado e nem imaginam o que pode haver de potencial em nós.
Pedro escreveu “...revesti-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça. Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (5:5 a 7). Deus opõe-se aos orgulhosos, enquanto os humildes gozam as Suas bênçãos. A mão de Deus não envolve somente a Sua disciplina, mas também a libertação que só o Senhor pode proporcionar. E quando cremos que Deus cuida de nós, não precisamos nos preocupar em servir os nossos próprios interesses.
4 – ser submissos
Sem cobertura espiritual, é um risco fazer missões. Eu diria que é uma missão suicida se não houver uma estreita ligação com a liderança, que por sua vez é a representação do próprio Deus.
A sede dos países latino-americanos em fazer missões, cumprindo a ordem de Jesus, tem inspirado igrejas e líderes em todo o mundo, mas também os erros cometidos se avolumam. Não precisamos de muito esforço para encontrar desde missionários que foram abandonados por suas igrejas aos que se encantam pelo dinheiro.
A cobertura é como uma corda que nos liga a Deus, através das autoridades instituídas sobre nós. Quando eu desço para os vales, esta corda impede que eu caia. Mas também me sustenta para eu seguir adiante.
5 – ter paciência
A obra é de Deus, o tempo é dEle. O que precisamos é semear com abundância, sempre. Se Deus permitir que colhamos os frutos, aleluia. Senão, outros regarão e outros ainda farão a colheita. Da parte de Deus há a certeza da vitória dEle, e não do nosso sucesso.
Salmos 126:5 e 6: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes”.
6 – ouvir a Deus
É preciso treinar os nossos ouvidos espirituais. Sermos disciplinado na leitura da Palavra é sempre um desafio e Deus fala através das escrituras, traz conforto, ânimo e direção.
Como missionários, somos exigidos ao máximo no campo. No nosso físico, nas nossas emoções, espiritualmente. Cantamos, tocamos, pregamos, ensinamos, planejamos, guerreamos, temos que cuidar dos nossos, de nós mesmos. Estamos sob constante pressão.
E debaixo de pressão, podemos perder a benção de Deus. Em Números 20, depois da morte de Miriam, irmã de Moisés, ele é chamado a resolver o problema: o povo de Israel reclamava da falta de água. Eles não queriam saber do sofrimento pela morte de Miriam, queriam água. O resultado foi que Moisés entrou na carne, perdeu a benção, a terra prometida.
Que Deus continue tendo misericórdia de nós, seus missionários, para que cresçamos na graça, saibamos nosso lugar em Cristo, sejamos humildes, submissos, pacientes e ouçamos o Senhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário