quinta-feira, 15 de abril de 2010

As minhas cidades

Lembrar do que Deus fez na vida da gente é um hábito que deveríamos cultivar mais, até estar incorporado no nosso caráter. Então, estou fazendo um exercício aqui no blog. Justificado meu saudosimo, quero falar das cidades por onde passei, e parei por algum tempo. Claro que eu não escolhia os lugares, mas acompanhava minha família, pois meu pai era vendedor e propagandista de uma indústria farmacêutica.


Muito bem. Na verdade, a idéia da família era se estabelecer em Avaré, onde nasci, conhecida como a "Terra do verde, da água e do sol". Naquela região está o lindo rio Paranapanema (represa de Jurumirim), com muitas casas de veraneio às suas margens. Meu pai chegou a ter uma farmácia no centro da cidade, muito vistosa, com estantes de ferro (foi a primeira a deixar de usar os balcões de madeira) e uma linha de cosméticos, que na época era uma grande inovação. Mas as coisas desandaram, e ele precisou voltar ao ramo da venda de medicamentos.


Aí então ocorreu a primeira mudança, para Ourinhos, quase na divisa com o estado do Paraná. Terra vermelha, povo simples e acolhedor. Amigos como Márcio Castelani e Ivan Benatto (que veio a falecer num acidente de carro) surgiram desta boa época. Eu jogava futebol no Ourinhense e no Manchester, vôlei na escola "Racanello" e estudava tornearia mecânica. Morava pertinho do Clube Atlético Ourinhense e, se não estava em casa, podia me procurar que me achava lá.


Um parênteses aqui. Trabalhava na TV Globo, em Bauru, e estava apresentando o SPTV 2ª edição quando me chegou às mãos uma notícia de última hora, sobre um acidente na estrada que liga Ourinhos e Jacarezinho, no Paraná. Uma pessoa havia morrido. Citei o nome dela e parecia que eu conhecia. Ao terminar o telejornal, reparei bem e percebi que era meu amigo Ivanzinho. Rapaz, eu tinha acabado de noticiar aquela tragédia, que me atingia também. Confesso que foi uma experiência muito triste.


Bem, de Ourinhos a família foi para Botucatu, que passou a ser o centro da nova região designada para o papai. Ali foi mais complicado. Era uma cidade mais fria nos relacionamentos e também na temperatura. Mas tinha uma vantagem. Eu estudava na escola que levava o nome do poeta Angelino de Oliveira, que escreveu várias músicas que integram o folclore brasileiro. A mais conhecida é Tristeza do Jeca, e o refrão é assim: "Nesta viola canto e gemo de verdade. Cada toada representa uma saudade". Puxa, não posso deixar de falar sobre os bons ares da cidade, que originaram o nome indígena Botucatu,e sobre a beleza da cuesta, com montes lindos, como o "Gigante deitado", e suas cachoeiras. Aquela foto ali em cima é da minha formatura da oitava série, quando fui o orador.


De Ourinhos para Bauru foi um pulo (são só 80 km). Mudamos para o Jardim Terra Branca, numa casa alugada, até comprarmos outra, no mesmo bairro. Cidade acolhedora, de comércio intenso, aqui joguei meu futebol, estudei bastante, mas principalmente encontrei o que faltava na minha vida, a pessoa real de Jesus Cristo. Que veio me preencher e me dar nova vida, novos alvos. Depois de 8 anos de namoro, o casamento e, após mais 3, veio o primeiro filho. Bem, as histórias sobre Bauru merecem comentários mais alongados, que logo virão. Ah, e depois conto sobre a passagem por Portugal...

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