quinta-feira, 9 de junho de 2011

Fé, amor e esperança

Com o passar dos séculos, o modo de vida da sociedade tem progressivamente excluído Deus e afetado nossas famílias e a própria igreja. Até chegarmos ao homem pós-moderno, com um pensamento débil, globalizado, capitalista ao extremo, que gosta das coisas espalhafatosas, que não assume responsabilidades, que prefere o que é falso, que é hiperindividualista e vive da aparência.

E como reagir contra tudo isso, contra esse bombardeiro? Aprendemos que é preciso renovar a mente, encher-se da sabedoria de Deus, que é o próprio Cristo, investir em famílias que vivam de acordo com os padrões bíblicos, para colaborar com o propósito eterno de Deus.

E ao estudar sobre o propósito eterno de Deus para as famílias passei nas minhas leituras pelas cartas do apóstolo Paulo, e chamou-me a atenção o tripé FÉ, AMOR E ESPERANÇA. E como estas três características na vida de um cristão vão contra o que se vê hoje na sociedade. Mesmo porque FÉ, AMOR E ESPERANÇA eram as palavras preferidas de Paulo. Nas orações pela igreja, ou ele dá graças por ver a prática disso ou pede para que os irmãos tenham esta experiência.


No livro de Efésios, por exemplo, logo no primeiro capítulo, depois de falar sobre a nossa adoção como filhos por Deus nos versículos 15-19, ele dá graças por ter ouvido da fé que há entre eles no Senhor Jesus, do amor para com todos os santos e pede para tenham revelação para saber a esperança do chamamento.

No capítulo 3 (v. 14 a 21) Paulo ora, de joelhos diante do Pai, para que Cristo habite nos corações deles pela fé, estando eles arraigados e alicerçados em amor. Apesar de não usar a palavra “esperança”, lembra daquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós.

No capítulo 4, quando exorta os crentes de Éfeso a andar de modo digno da vocação a que foram chamados, ele inclui que devem suportar uns aos outros em amor e lembra que há um só corpo e um Espírito, assim como foram eles chamados numa só esperança da vocação deles, e que há uma só fé!

Em outras epístolas, sempre que fala em FÉ, AMOR E ESPERANÇA, assim como em Efésios, Paulo acrescenta um exemplo ou uma prática, que devemos prestar atenção.

No texto de Colossenses 1:3-5, Paulo agradece por três coisas que havia ouvido daqueles irmãos:  1 – fé (v. 4); 2 – amor (v. 4) e 3 - esperança (v. 5). Se Paulo elogiou, creio que Deus se agrada:

1 – FÉ EM CRISTO JESUS
“Sem fé, é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6). A fé vem pelo ouvir a Palavra, é dom de Deus. A fé não é em nós, no pastor, na oração, mas em Cristo Jesus. A fé é de grande importância, porque nos achega a Deus, e demonstramos que confiamos em Sua Palavra. Deus pede para examinarmos a fé uns aos outros (2Corintios 13-5). O justo vive da fé.

2 – DO AMOR QUE TENDES PARA COM TODOS OS SANTOS
São os separados, santificados por Cristo. Através de Jesus, Deus nos vê santos, inculpáveis e irrepreensíveis. Por isso, não podemos nos aproximar de Deus sem Jesus. Quando a gente ama, quer estar junto dos irmãos, se relacionar. Deus é amor. Por amor, nos deu Jesus.

3 – DA ESPERANÇA QUE VOS ESTÁ PRESERVADA NOS CÉUS
O mundo está sem esperança. A esperança do mundo perece, termina na morte física: “Porque qual será a esperança do ímpio, quando lhe for cortada a vida, quando lhe arrancar a alma?” (Jó 27:8). “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Coríntios 15:19). As pessoas sem Cristo estão sem esperança. Colocaram suas expectativas na economia, no dinheiro, no governo.  Em quem você coloca sua esperança?

A nossa esperança é o próprio Cristo. Quando Paulo escreve a Timóteo, ele se apresenta como “apóstolo de Jesus Cristo, pelo mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança” (1 Timóteo 1:1).

Esperança reservada nos céus – vida eterna, que só vem através de Jesus (Tito 3:4-7). Por Ele, nos tornamos herdeiros de Deus segundo a esperança da vida eterna.

Paulo elogia muito os irmãos de Tessalônica. Em 1 Tessalonicenses 1:2 e 3, ele dá graças por três coisas que via:

1 – OPEROSIDADE DA FÉ
É o trabalho que resulta da fé, a colocação em prática. Fé ativa, frutífera, produtiva. A fé é um combustível que nos leva a agir. Viver pela fé não é só esperar de Deus as coisas. Mas ir ao encontro. A fé que agrada a Deus é muito mais do que apenas pensamentos ou aceitação mental do testemunho das Escrituras. A fé verdadeira opera: “...a fé sem obras é morta” (Tiago 2:26).

2 – ABNEGAÇÃO DO AMOR
Esforço motivado pelo amor, que nos faz trabalhar tanto. Amor não é sentimento, é trabalho, ação. O contrário de amor não é ódio, mas egoísmo, individualismo. O amor exige abnegação, colocando outros acima dos nossos próprios interesses (Romanos 12:9-10,16). Amor é diferente de paixão, pois esta é egoísta, individualista. Deus quer exclusividade e não devemos amar o mundo perdido (1 Tes. 3:11-13).

3 – FIRMEZA DA ESPERANÇA EM JESUS
Perseverança, proveniente da esperança em Jesus, na ação poderosa dele, na volta de Cristo, uma vez que fomos chamados para servir a Deus.

Se vacilarmos na confiança em Deus, não conseguiremos resistir nas horas de provações e tentações. “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hebreus 10:23).

Deus é a esperança dos aflitos (Salmos  9:18). O salmista Davi ainda diz: “E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança” (Salmos 39:7). O profeta Jeremias arremata: “Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor” (Jeremias 17:7). O apóstolo Paulo, ao testemunhar sua conversão no caminho de Damasco, fala desta esperança: “…tendo esperança em Deus, como também estes a têm, de que haverá ressurreição, tanto de justos como de injustos”.

É uma esperança bendita (Tito 2:13), viva (1 Pedro 1:3):

·         Sem Cristo, não temos esperança: “…naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo” (Efésios 2:12).

·         A ressurreição de Jesus tornou viva nossa esperança: “Bendito e Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pedro 1:3) / “Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação” (Efésios 4:4).

·         O Espírito Santo legitima nossa esperança: “Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé” (Gálatas 5:5) / “…e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriemos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5:2-5) / “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo” (Romanos 15:5).

·         Ela ultrapassa a vida terrena: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (1 Tes. 4:13) / “…na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir nos prometeu, antes dos tempos eternos…” (Tito 1:2).

Assim como o reino de Deus, quanto tomaremos posse em definitivo com a segunda volta de Cristo: “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mateus 25:34).

Mantemos esta esperança pela paciência e pela consolação das Escrituras: “Pois tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15:4).

O Evangelho que nos foi pregado nos traz esperança: “…se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes, e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro” (Colossenses 1:23).

E trará esperança a outros: Colossenses 1:26-29 (v. 27: “Cristo em vós, esperança da glória”). Interessante que quando santificamos a Cristo como Senhor, estamos prontos a responder a razão da esperança que há em nós (1 Pedro 3:15).

A Bíblia nos adverte a vigiar e a ser sóbrios: “Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça de fé e amor, e tomando como capacete a esperança da salvação; porque Deus não nos destinou a ira, mas para alcançar salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo…” (1 Tes. 5:8 e 9).

O desejo do autor de Hebreus é que haja plena certeza da esperança: “Desejamos, porém, continua cada um de vós mostrando até ao fim a mesma diligência para a plena certeza da esperança; para que não vos torneios indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé pela longanimidade, herdam as promessas” (Hebreus 6:11 e 12).

E ele explica que a  esperança nos faz ficar presos a Deus, através de Cristo: “…para que, mediante duas coisas imutáveis (a promessa feita a Abraão e o voto que se baseia no próprio ser de Deus), nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme, e que penetra além do véu, aonde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”. (Hebreus 6:18-20).

Enquanto aguardamos a vinda de Jesus:

- nós, os filhos de Deus, somos purificados: “E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (I João 3:3).

- devemos nos edificar na fé, orando no Espírito Santo: “Guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna” (Judas 20).

- continuar buscando a sabedoria divina: “Então sabe que assim é a sabedoria para a tua alma; se a achares, haverá bom futuro, e não será frustrada a tua esperança” (Provérbios 24:14).

A fé tem sempre de ser a nossa razão para agir, associando sempre a esperança que é o motor para atuarmos, não esquecendo o vínculo da perfeição, o amor, que é a confirmação de tudo. Cada cristão, no seu crescimento como servo do Senhor, deve cultivar a fé, a esperança e o amor: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três: porém o maior destes é o amor” (1 Coríntios 13:13).

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