quarta-feira, 11 de maio de 2011

Pé de rolhas




Chamou-me a atenção aquela árvore em parte pelada, lisinha, e em parte coberta com uma casca com aparência de coisa velha, cheia de veios. E ainda tinha um número escrito no seu tronco (no caso, o 7). Está aí o sobreiro, ou chaparro, uma árvore da família do carvalho, e é exatamente do seu tronco que se extrai a cortiça.

O sobreiro cresce predominantemente em Portugal (que detém 50% da produção mundial de cortiça), Espanha e norte da África. A extração da casca não prejudica a árvore, que volta a produzir nova camada em 9 a 10 anos. E isto ocorre por 10 a 12 vezes. Só que as retiradas são parciais, com a marcação do ano no tronco, para o dono não perder a conta. Nas fotos, o 7 indica o ano de 2007.

Com a cortiça são produzidos isolantes térmicos para as paredes das casas, isolantes sonoros, boias para fios de pesca e principalmente rolhas para engarrafar vinhos e outros líquidos. A rolha deixa a garrafa hermeticamente fechada, mas permite a circulação do ar. E isto é indispensável para preservar a qualidade de alguns vinhos.

Cheguei até a ver roupas, bolsas e outros acessórios femininos fabricados com cortiça. O fruto do sobreiro é a bolota, também chamada lande, da qual se alimenta o porco preto (que vive solto no campo). Aliás, da carne de porco preto português, em sua maioria, é que se produz o famoso presunto espanhol "Pata Negra".

Confesso que fiquei impressionado ao saber que um sobreiro chega a viver 300 anos e sua primeira cortiça só é produzida quando tem entre 30 e 50 anos. Cada árvore oferece 100 kg de cortiça, até os 130 anos. Agora entendo um pouco melhor o que o salmista deixou registrado: "Alegrem-se os céus, e a terra exulte; ruja o mar e a sua plenitude. Folgue o campo e tudo o que nele há; regozijem-se todas as árvores do bosque, na presença do SENHOR, porque vem, vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, consoante a sua fidelidade" (Salmos 96:11-13).

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