terça-feira, 19 de junho de 2012

O altar íntimo


É fundamental entendermos, como discípulos de Cristo, que a nossa motivação deve ser agradar a Deus antes mesmo que servir aos homens: “Deus não vê como o homem vê, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1 Samuel 16:7). Podemos até sustentar uma imagem pública positiva, mas sem uma vida íntima com Deus seremos inconsistentes na nossa vida cristã.
Em várias ocasiões na Bíblia percebemos a necessidade de se levantar dois tipos de altares: um escondido e outro público. O primeiro altar fala do testemunho que Deus dá acerca de nós e o segundo fala do testemunho que damos acerca de Deus. Mas o altar íntimo sempre vem primeiro que o altar do testemunho: “Mas tu, quando orares, entra em teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente” (Mateus 6:6).

O rei Saul foi desqualificado porque estava mais preocupado com sua imagem do que com a sua situação diante de Deus, que envolveu desobediência. E quando chega o profeta Samuel para confrontá-lo, Saul só se preocupou com o que o povo pensaria: “Ao que disse Saul: Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo, e diante do meu povo, e diante de Israel, e volta comigo para que eu adore ao Senhor teu Deus” (1 Samuel 15:30).
Sacrificando no altar íntimo, revelamos nossas motivações íntimas, e sacrificando no altar público expressamos nossos valores e princípios. Por exemplo: Ananias e Safira ofereceram aos apóstolos uma grande oferta de uma propriedade que venderam. Estavam praticando o princípio de dar. O princípio estava totalmente correto. Mas a motivação estava corrompida, pois eles falaram que deram tudo quando na verdade retiveram parte do preço da propriedade. Mentiram não só aos homens, mas ao Espírito Santo. Ambos morreram.

Outro exemplo: Davi teve uma motivação correta ao trazer de volta a arca para Jerusalém, porém agiu com o princípio errado colocando-a nos lombos de bois e não nos ombros dos sacerdotes. O princípio ensina que o sacerdote carrega o peso da responsabilidade de conduzir à presença de Deus. Uzá, que tocou a arca, morreu fulminado, mesmo tentando ajudar.
O mesmo Davi, quando enfrentou Golias, lembrou-se de suas vitórias secretas no campo das ovelhas, quando estava solitário. Davi sabia como fazer da solidão do campo uma oportunidade constante de desfrutar da presença divina. Não havia ninguém ao redor para querer impressionar ou que pudesse corromper sua motivação. Sua vida de adoração era pura e legítima. Por isso ele disse: “Disse mais Davi: o Senhor, que me livrou das garras do leão, e das garras do urso, me livrará da mão deste filisteu. Então disse Saul a Davi: Vai, e o Senhor seja contigo” (1 Samuel 17:37).

É no quarto que vamos ter as mais fortes e íntimas revelações e experiências. No quarto, aprendemos a apoiar a nossa fé numa dependência total de Deus e não das pessoas. Portanto, temos que nos apresentar diariamente diante de Deus.

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