sexta-feira, 8 de junho de 2012

Repartindo o que somos

Eu imaginava que este dia chegaria, mas não pensei que fosse tão rápido. Uso tênis número 41 e acabei de ganhar um novinho, para minhas corridas. Estava mesmo precisando, porque o amortecimento do outro já era. Quase entrei em estado de choque quando meu filho mais velho, de 13 anos, perguntou - com aquela voz em transição - se podia usar meu tênis. Fiquei olhando para ele, admirado, não pela proposta de dividir meu presente, mas por ver que ele cresceu tanto, e tão rápido, que já tinha me alcançado no tamanho do pé.

O meu espanto foi tamanho que cheguei a negar-lhe o tênis novinho e propus que pegasse outro. Tudo acertado, logo estava o menino desfilando com algo do pai. Foi impossível não pensar que daqui para frente ele vai querer que eu divida também minhas camisetas. Ah, isto sem falar no perfume importado, que sempre que vou usar tem um pouco menos do que tinha deixado. E, de vez em quando, a nossa ajudante aqui em casa mistura nossas meias e cuecas...

Na verdade, espero que meus filhos usem nas suas vidas não só aquilo que tenho materialmente (que é deles também!), mas o que procuro ensinar e o que eles têm observado de positivo no papai. É um desafio imenso criá-los nos caminhos de Deus, muitas vezes nos sentimos incapacitados diante de tamanha tarefa. Mas também é uma oportunidade sem igual, de plantio constante e intenso, para que a colheita seja abundante e contínua, atravessando gerações.

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