sábado, 11 de fevereiro de 2012

Uma tempestade tropical, várias lições

Pela primeira vez neste ano tinha conseguido reunir a família para fazer um exercício físico conjunto no fim da tarde. Eu e minha esposa caminhando e os meninos pedalando. Enquanto os dois iam de bicicleta à frente, nós gritávamos para terem cuidado com as esquinas, com os carros em alta velocidade, aquela coisa de pais precavidos. Fazia muito calor, uma quentura que já vinha de alguns dias. Até esperava uma chuva, mas não imaginava que aquela tarde teríamos uma experiência com tantos significados diferentes.

Começou a chuviscar, os pingos foram crescendo de tamanho, de intensidade, os ventos aumentaram e quando percebemos estávamos no meio de uma tempestade tropical. Tudo muito rápido. Os meninos não conseguiam avançar porque já não enxergavam nada à frente e eu pensando onde iríamos nos proteger. O bairro não ajudava muito nesta busca porque tinha poucas casas e um muro enorme de um clube esportivo. Só era possível ver as árvores balançando.

Este clube tinha um portão grande, na lateral, que estava aberto e serviu de abrigo para nós. Como a chuva vinha com uma certa inclinação, nos escondemos atrás dele por um tempo, até quando aguentamos suportar a força com que o portão era empurrado pelo vento. O meu filho mais novo começou a chorar, assustado, enquanto o primogênito achava tudo uma grande aventura, como ele sempre tinha sonhado, ainda mais andando de bicicleta. A mãe, apavorada, só queria que aquele pesadelo terminasse logo.

Foi então que decidimos invadir o clube, pelo portão dos fundos mesmo, para procurar abrigo. Pisamos a estrada de terra toda encharcada, entramos pela cozinha - os funcionários até assustaram - e atravessamos o salão que estava sendo preparado para o baile antecipado de carnaval. Assim como a chuva veio rapidamente, foi embora depois de alguns minutos, deixando um rastro de sujeira.

No caminho de volta, várias casas destelhadas, moradores olhando a enxurrada, objetos arrastados pelo vento e um grande alívio de voltar para casa, que estava sem energia elétrica e molhada em alguns cômodos, pois tínhanos esquecido as janelas abertas.

Embora, num primeiro momento eu tenha pensado que a chuva poderia ter sido mais branda, a situação me fez admirar ainda mais o poder de Deus. Imediatamente lembrei-me de Jó. Enquanto ele contendia com Deus pelos acontecimentos na sua vida, o Senhor pergunta a ele, como se estivesse perguntando a nós também: "Sabes tu as ordenanças dos céus, podes estabelecer a sua influência sobre a terra? Podes levantar a tua voz até às nuvens, para que a abundância das águas te cubra? Ou ordenarás aos relâmpagos que saiam e te digam: Eis-nos aqui? Quem pôs sabedoria nas camadas de nuvens? Ou quem deu entendimento ao meteoro? Quem pode numerar com sabedoria as nuvens? Ou os odres dos céus, quem os pode despejar, para que o pó se transforme em massa sólida, e os torrões se apeguem uns aos outros?" (Jó 38:33-38).

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