quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Adeus ao Simão que está dentro de nós

O livro de Atos dos Apóstolos registra um homem, chamado Simão, que iludia o povo de Samaria com suas mágicas e que chegou a ser chamado pelas pessoas daquela cidade de "o poder de Deus, o Grande Poder" (8:10). Só que Simão encontrou um poder maior que o praticado por ele, anunciado por Felipe, que era a pessoa de Jesus Cristo, e ficou maravilhado: "O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo sido batizado, acompanhava a Filipe de perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados" (8:13).

A mudança na vida de Simão parecia notável, até que ele percebe o batismo do Espírito Santo através da imposição de mãos de Pedro e João, que foram enviados a Samaria pelos demais apóstolos. E aí vem a proposta indecente: "Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito [Santo], ofereceu-lhes dinheiro, propondo: Concedei-me também a mim este poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo" (8:18 e 19).

Obviamente a reação de Pedro foi dura, como deve ser a de quem leva Deus a sério: "Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus. Não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus.   Arrepende-te, pois, da tua maldade e roga ao Senhor; talvez te seja perdoado o intento do coração;   pois vejo que estás em fel de amargura e laço de iniqüidade" (8:20-23).

Simão não demonstra nenhum arrependimento diante das palavras de Pedro e prefere - inicialmente -não se acertar com Deus, pedindo que Pedro e João façam isto por ele: "Respondendo, porém, Simão lhes pediu: Rogai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes sobrevenha a mim" (8:24).

Esta passagem demonstra a superficialidade com que, muitas vezes, tratamos as coisas espirituais. Demonstra também que há interesses particulares que podem interferir na nossa motivação correta de servir a Deus. Embora não nos identifiquemos prontamente com Simão, esta tem sido a atitude de muitos cristãos, que se esquivam de um relacionamento de intimidade com o Senhor, de verdadeiramente se arrependerem do pecado da rebelião, achando que podem continuar fazendo suas mágicas por aí e angariando dinheiro do povo.

A Bíblia não registra depois o que se passou com Simão, se ele se acertou com Deus ou não. Mas deixa claro o que Pedro e João continuaram fazendo: "Eles, porém, havendo testificado e falado a palavra do Senhor, voltaram para Jerusalém e evangelizavam muitas aldeias dos samaritanos" (8:25).

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