terça-feira, 22 de maio de 2012

O "sistema" é burro

Minha chuteira para jogar futebol estava imprestável e tive que comprar uma nova. Embora a partida num campo de futebol society seja só uma vez por semana, o equipamento precisa ser adequado. A chuteira antiga estava amarrada na ponta com fita adesiva preta. Talvez ela combine mais à minha qualidade técnica hoje, mas isso é outra história. Quando fui pagar, no valor de R$ 99,90, pedi para parcelar em duas vezes. A moça do caixa explicou que só poderia dividir o pagamento a partir de R$ 100,00 e que ela não tinha como me atender porque o "sistema" não permitia.

O que ela queria me dizer, e eu entendi bem, era que o sistema de informática daquela empresa estava configurado de tal forma que havia um valor mínimo para o parcelamento. Se ela digitasse uma importância menor, o programa não aceitaria. Mas fiquei irritado porque a atendente nem se deu ao trabalho de perguntar se eu queria levar mais alguma coisa para completar R$ 100,00 (que fosse uma meia ou uma cueca), ou ainda perguntar ao gerente se poderia parcelar a compra, pois afinal só faltavam R$ 0,10 e talvez o homem pudesse autorizar.

Diante da inércia dela, não resisti e comentei: "Pois é minha filha, o sistema é burro mesmo". Fácil de explicar: porque a máquina prevalece sobre uma relação que poderia ser mais cordial. Não é só na área da informática, mas o "sistema" envolve a nossa forma de viver, que busca sempre o lucro exagerado, o individualismo, etc e etc. Se eu tivesse comprado na lojinha do meu bairro, onde a mulher anota na caderneta, com certeza receberia um desconto e combinaria com a dona a melhor forma de pagamento. Mas o "sistema" é assim, frio, não tem conversa, é comprar ou deixar o produto no lugar onde estava.

Espero que a moça não tenha se sentido ofendida, porque não a chamei de burra, mas sim o "sistema" em que ela e eu, você também, vivemos. Mas não sou obrigado a persistir nisso. Posso, da próxima vez, escolher outra loja, pagar à vista e batalhar por um desconto, ou simplesmente continuar com a chuteira velha, remendada. Quem sabe ainda tomar as iniciativas que a funcionária não teve. Mas que o "sistema" é burro, isso é.

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