Há duas
semanas meu caçula insistia para levá-lo ao cinema, mas os horários não se
encaixavam. Até que fomos almoçar num centro comercial e ele lembrou-me novamente
do seu desejo. Embora tivéssemos acabado de comer, colocamos aqueles óculos para
assistir ao filme em 3D. Fiquei receoso de me dar uma congestão, mas aguentei
firme. Tive também sono, embora houvesse cenas movimentadas e barulhentas. Quando
o menino segurou nas minhas mãos, comecei a ver um outro filme, muito mais
importante do que aquele que saltava da telona.
Entendi a
satisfação dele por estarmos juntos, por ter sido atendido, pela atenção
que recebera. As mãos entrelaçadas não duraram muito, é verdade, mas foi o
suficiente para reforçarmos os nossos laços de amizade, de carinho, de
companheirismo. Por duas vezes fui conferir se ele estava dormindo, mas
respondeu que não, que estava gostando mesmo.
Quando
terminou o filme, fomos para duas lojas: uma para ver um tênis da Coca-Cola,
que “sempre quis ter igual”, e outra para me apresentar o boné com aba reta, agora a
última moda dos skatistas. Vimos os modelos, perguntamos os preços e continuamos
andando por ali, como bons amigos. Enquanto eu tomava um café, ele saboreava um
sorvete. Eu preocupado com o horário, ele curtindo o momento, tendo o pai só
para ele. Pena que acabou logo, pois sabe quem foi o grande beneficiado nesta
história? Eu!
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